quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

ALERTA DO SR. PROCURADOR-GERAL DA REPUBLICA


Terminamos mal 2008.

À boa maneira beirã, sem papas na língua, o Sr. Procurador-Geral da República, Dr. Pinto Monteiro, alertou para o possível aumento da criminalidade violenta em 2009. Não só alertou como indicou os motivos desse aumento:
Aumento do desemprego.
Existência de bairros que são autênticas ilhas de exclusão.

Os Ministros que tutelam os organismos que combatem a criminalidade comentaram cada um à sua maneira esta visão do Sr. Procurador-Geral da Republica. Enquanto o Ministro da Justiça, Dr. Alberto Costa, se recusou a comentar, o Ministro da Administração Interna, Dr. Rui Pereira, disse que o Governo estava atento a este fenómeno. Esperamos que sim.

Quanto ao desemprego trata-se de um problema politico-económico que foi uma das prioridades assumidas pelo actual governo aquando da sua tomada de posse e que consta do programa eleitoral do partido vencedor.

No que diz respeito às ilhas urbanas de exclusão social, o problema é mais abrangente e teremos de recuar no tempo para justificar a sua existência. Logo após o 25 de Abril, deu-se a independência às ex-colónias portuguesas. Simultâneamente, ocorreu a maior ponte aérea alguma vez existente, entre essas ex-colónias e a metrópole. As dificuldades para realojar todos os que optaram pelo regresso foram imensas.

Por falta de estruturas ou politica de realojamento, as barracas foram sendo construídas nas periferias das grandes metrópoles. Houve uma rápida multiplicação dos habitantes. As famílias eram cada vez mais numerosas e as carências aumentavam a todos os níveis. Tornaram-se autênticos refúgios de agentes do crime que viam nestes locais o seu "porto de abrigo".

Por interesses imobiliários ou por "problemas de consciência", houve necessidade de implementar uma nova política de realojamento. Ideia luminosa. O lugar das barracas devia ser preenchido com urbanizações modernas e com outra visibilidade. Para isso, havia que realojar os antigos ocupantes em bairros sociais. E foi isso que aconteceu. Mudou-se apenas de local. Os problemas persistem e tendem a aumentar com concentrações multiraciais, com varias culturas(usos e costumes) e diferentes valores.

Que este grito de alerta do Sr. Procurador-Geral da República não caia em "saco roto".

Já estamos habituados a sofrer. O sofrimento faz parte do viver dos portugueses. Só espero e desejo que o pensamento do Sr. Procurador-Geral da República não se concretize no ano de 2009, para bem de todos nós.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

VOLTEI A SER MENINO


Hoje é dia de Natal. Pelos católicos, como eu, é recordado e comemorado como o dia do nascimento de Jesus Cristo num estábulo na cidade de Belém na Palestina. Nasceu humilde, como humilde foi a sua passagem pela vida terrena. Sabia o alcance dos seus poderes celestiais e só os utilizou para fazer o bem. Indignou-se quando tinha que se indignar (vejam a sua postura perante os vendilhões do templo). Enfim, a sua passagem pela terra, desde o nascimento até à sua morte, foi uma escola de virtudes e um incentivo à cultura dos mais nobres valores.
Neste dia especial, recordo com saudade as obrigações diárias que me eram incutidas por minha mãe. Antes de me deitar, ajoelhado junto da cama, com as mãos postas, devia rezar entre outras a oração do Anjo da Guarda. De manhã, ao acordar, devia rezar a Salvé Rainha. Com o passar dos tempos, esta rotina diária foi-se diluindo. A fé continua intocável e inabalável, o que mudou foi a motivação.
As Famílias Cristãs deixaram de incentivar os seus componentes ao cumprimento das suas obrigações religiosas. Os interesses materiais sobrepuseram-se aos valores morais. As sociedades são cada vez mais injustas, egoístas, etc. Foi um degradar progressivo em termos de valores de uma sociedade em permanente evolução.
Há que mudar esta postura para bem dos vindouros.
Bom dia de Natal para todos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

FUMAR OU NÃO FUMAR, EIS A QUESTÃO







Nem o gelo nos arrefece o apetite. Na minha recente estadia em Almofala e como hábito diário, nos períodos de lazer, frequentava o Café "Amoreiras", propriedade do meu querido amigo "Zé" Eduardo e da sua amável esposa D. Marília. À entrada existe o "fatídico" dístico de proibição de fumar. O ambiente acolhedor do interior do estabelecimento contrastava com o ar gélido do exterior. Mesmo assim o vício superava o bem estar físico. Bastas vezes e em tom de brincadeira lançava um pedido de permissão de autorização para infringir a norma. Imediatamente D.Marilia num tom seco, mas com boa disposição, respondia à minha provocação com um rotundo NÃO.

No fundo, apesar da brincadeira, não me importava nada que D.Marília ou o "Zé" Eduardo num momento de inspiração e para aliviar o meu sofrimento me dissessem SIM. Reflectindo bem, talvez nem por brincadeira eu deveria ter colocado a questão. Proibição é proibição. Não há razão para excepções. Quem tiver vícios tem de suportar as suas consequências.

Quem é que me mandou a mim, depois de sete anos sem fumar qualquer tipo de tabaco, voltar a fazê-lo?

Nestes espaços públicos, frequentados por gente com "pulmões limpos" sou a favor deste tipo de restrição. Sei avaliar o mal que o tabaco provoca e que me atirou para a cama de um Hospital com uma grave broncopneumonia. Mas nem este facto me serviu de emenda, só me recordei dele nos tais sete anos.

Por tudo isto e pela defesa dos interesses dos não fumadores quero expressar ao "Zé" Eduardo e à D.Marília a minha compreensão pela decisão que tomaram de proibir os fumadores de "matar o vício" no interior do estabelecimento.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

BOAS FESTAS

Nesta quadra Natalícia onde o amor deve imperar sobrepondo-se a ódios e inimizades devemos partilhar com todos, sem excepção, tudo o que de bom existe nesta nossa passagem pela vida.
Sou daqueles que não acredito no pai natal. A minha crença até por afirmação religiosa centra-se na figura do Menino Jesus, a quem eu peço PARA TODOS que tenham um óptimo e FELIZ NATAL e um Ano de 2009 com tudo o que de bom desejarem.
Em particular para os Almofalenses, estejam onde estiverem, além dos votos já expressos, espero que um dos desejos concedidos pelo Menino Jesus seja o de nunca lhes abalar a Fé de regressar um dia à terra que os viu nascer.

domingo, 21 de dezembro de 2008

VISITA A ALMOFALA DO BISPO DA GUARDA

Durante a minha estadia em Almofala tive o previlégio de acompanhar a visita pastoral a Almofala do Reverendíssimo Bispo da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício. Acompanhei-o numa romagem ao cemitério de Almofala e numa cerimónia liturgica na Igreja de Almofala. Pareceu-me uma pessoa simples, preocupado com o seu rebanho e que com esta visita pastoral pretendeu compartilhar com o "seu" povo essas preocupações. D.Manuel Felício fez bem em sentir o pulsar de um povo que trabalha e luta diariamente para angariar a sua subsistência e não votar ao abandono os bens materiais adquiridos ou legados pelos antepassados.
Particularmente fiquei bastante sensibilizado com a visita que efectuou à residência dos meus pais (conforme imagem anexa) onde se notou a sua preocupação com os enfermos e impossibilitados de se deslocarem à Casa de Deus para assistirem às litúrgias.
Por tudo isto, o meu muito obrigado ao Reverendissimo Bispo da Guarda e que Deus o ajude na sua missão Pastoral.

sábado, 22 de novembro de 2008

VOU DE FÉRIAS

Quem trabalha merece uns dias de repouso. Chegou a minha vez. Vou aproveitar estes dias de descanso profissional para me dedicar a uma actividade que adoro, a agricultura. Aproveito ainda para confraternizar com os meus amigos de infância, enfim regresso às minhas origens. Tentarei abstrair-me da minha profissão e de todos os problemas internos e externos. Se não fosse o futebol, nem a televisão ligava.
Tenho uma adoração especial pelo campo. Dá-me um prazer imenso percorrer os terrenos agrícolas, tratar das plantas e, mais tarde, colher os frutos desse trabalho. Nem sempre tudo corre bem, o nosso trabalho por vezes não é compensado devidamente. Umas vezes pelas condições atmosféricas adversas outras vezes pelo abandono a que as terras são devotadas. A mãe natureza tem destas coisas.
Também na nossa vida, no nosso dia a dia, encontramos essas contrariedades. O evoluir dos cidadãos depende da sociedade em que está inserido. Se a semente que deitamos à terra tiver o devido acompanhamento e tratamento teremos uma boa colheita. Há sempre um meio termo na nossa forma de agir. Como escrevia um amigo meu, mais maduro fruto de muitos anos de experiência na condução de homens, " Os jovens são como os borrachos. Se abrirmos demasiadamente a mão, como já têm asas, voam. Se pelo contrário, para evitar a fuga, apertamos demasiadamente a mão, corremos o risco de os esmagar".
Até ao meu regresso.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

SUICIDIOS NAS FORÇAS DE SEGURANÇA

Assunto chato e muito complicado. E se os casos ocorrem no seio das forças de segurança têm um maior impacto na opinião pública. Para alguns "trata-se de um acto de covardia que requer muita coragem", para outros "trata-se de uma fuga aos problemas". Contudo, todos somos unânimes ao afirmar que quem comete estes actos tresloucados são pessoas doentes com momentos fatídicos de fraqueza. Urge efectuar um diagnóstico e encontrar uma terapia para esta doença. Não sou psicólogo nem psiquiatra, no entanto, os anos de profissão que já me pesam nos ombros, levam-me a ter uma opinião pessoal sobre o assunto. É esta reflexão e este estudo que se exige à tutela das forças de segurança.
Segundo a minha opinião, são vários os factores que levam estas pessoas a atentar contra a própria vida. Enumerarei alguns que em minha opinião têm contribuido para estas tomadas de posição tão drásticas:
  • Alimentam-se falsas expectativas aquando do ingresso nas forças de segurança. Os candidatos pensam que tudo é um mar de rosas. Prespectivas de carreira, ordenados compatíveis, uma assistência médica eficiente, etc. E depois, o que é que encontram?
  • Fragmentações no seio familiar. Quantos deles abandonam mulheres e filhos nas localidades de onde são naturais para prestar serviço nos grandes centros urbanos;
  • Dificuldades nas transferências para os Comandos de preferência;
  • Pressão a que são submetidos durante o serviço;
  • Falta de acompanhamento por parte da hierarquia quando em situações complicadas de natureza operacional. Com o evoluir dos tempos vai-se notando um maior isolamento por parte dos agentes policiais em acções de patrulhamento;
  • A recente alteração da idade para atingir a pré-reforma;
  • Outros motivos há que por razões éticas e morais não vou descrever.

Não sou saudosista dos antigos métodos utilizados pela hierarquia policial. No entanto, apesar da existência de uma disciplina rigorosa imposta pela hierarquia, notava-se uma maior solidariedade entre os membros da família policial. Os problemas de um elemento, mesmo de índole familiar, eram superados no grupo de trabalho. Havia sempre uma mão amiga que nos pousava no ombro. Dizia-se na altura e disso eramos acusados, que a Instituição era corporativista.

Actualmente, existe um Gabinete de Psicologia a funcionar na Quinta das Águas Livres em Belas, gabinete este que faz o acompanhamento dos elementos policiais que a ele recorrem. Já se ouve dizer que os psicólogos são escassos para as necessidades. Estamos a falar daqueles que voluntariamente recorrem aos serviços do gabinete. Então e aqueles que. embora necessitados, que estão devidamente sinalizados, que não reconhecem a sua situação de doentes, o que é que tem sido feito para os tratar? Nada.

Escrevo isto com mágoa e em tom de desabafo. Sou alguém que já lidou com estes problemas e que já viu partir amigos que optaram pelo suicidio como solução para os problemas. Eram excelentes profissionais e como humanos que eram, tiveram um momento de fraqueza que lhes foi fatídico.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

SENSACIONALISMO JORNALISTICO

Vem estampado no jornal diário "Correio da Manhã" de 20.11.2008, a notícia da morte de um cabo da GNR em acidente provocado por um carro que seguia a altíssima velocidade e que estava integrado em corridas ilegais.
O militar em questão era o condutor de uma carrinha da GNR.
Até esta altura do relato, poder-se-à considerar uma situação normal num qualquer acidente com resultados trágicos.
Neste caso, lamenta-se a morte do militar e condena-se publicamente a atitude do condutor causador do acidente devido à sua incivilidade na prática da condução.
De referir que, segundo o referido jornal, o falecido militar "deixa dois filhos - uma menina com cinco anos e um rapaz com sete - e a mulher, que padece de esclerose múltipla".
Agora, o bizarro da questão. As companhias seguradoras recusam-se a pagar quaisquer indemnizações, quando o cinto de segurança não é usado devidamente pelos ocupantes das viaturas.
Não sei se foi este o caso até pelo facto do acidente estar em fase de investigação.
Entendo ser de mau gosto para não dizer de má fé o jornal vir a público e fazer considerações sobre se o militar trazia ou não o cinto de segurança.
Tanto o Sr. jornalista, autor da notícia, como as companhias seguradoras deviam conhecer a Lei e deixarem-se de interpretações "bacocas" para fugir com "o rabo à seringa".
Portaria n.º 311-A/2005
de 24 de Março
Publicado no DR 59, Série I-A, 2.º Suplemento de 2005-03-24
Artigo 6.º
Dispensa do uso de cinto de segurança

1 - Quando o uso de cinto de segurança se revele inconveniente para o exercício eficaz de determinadas actividades profissionais, o director-geral de Viação pode dispensar o uso daquele acessório, a requerimento do interessado que comprove devidamente a inconveniência do uso do mesmo.
2 - Para os efeitos previstos no número anterior, são emitidos certificados de dispensa do uso do cinto de segurança, de acordo com o modelo e as regras técnicas aprovados por despacho do director-geral de Viação.
3 - Independentemente do despacho referido no n.º 1 do presente artigo, ficam dispensados do uso obrigatório do cinto de segurança dentro das localidades:
a) Os condutores de veículos de polícia e de bombeiros, bem como os agentes de autoridade e bombeiros quando transportados nesses veículos;
b) Os condutores de automóveis ligeiros de aluguer, letra A, letra T ou taxímetro.
Não sei se o local onde ocorreu o acidente é considerado como sendo "fora das localidades". Mas mesmo assim, a minha censura vai toda inteirinha para a especulação do(a) jornalista que como título da peça escreveu " ACIDENTE - MILITAR MORTO NA CAPARICA IA SEM CINTO DE SEGURANÇA";
Sr. (a) jornalista, compreendo o seu interesse no sensacionalismo, mas por favor, tenha respeito por quem faleceu no cumprimento de um dever e abstenha-se de dar informações que ainda estão em fase de investigação pelas autoridades competentes.
Sem querer meter "a foice em seara alheia" propunha-lhe um titulo para a notícia e que substituiria o que acima referi: "ACIDENTE - MILITAR MORTO NA CAPARICA POR CONDUTOR QUE INTEGRAVA CORRIDAS ILEGAIS"
Concordo que o título não é tão apelativo, mas é o verdadeiro. E é a única versão confirmada.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

CLAQUES DE FUTEBOL - (A MINHA VISÃO)

Lembrei-me de escrever sobre este tema, devido aos factos passados ontem com uma das claques de um grande clube de futebol nacional, factos estes que abriram todos os noticiários das rádios e televisões nacionais e foram primeira página dos jornais diários.
As claques adeptas dos clubes de futebol deviam servir para apoiar e incentivar desportivamente os respectivos clubes. Mas não. Isso hoje não acontece. Antigamente, dava gosto ir aos estádios de futebol, observar ao vivo os verdadeiros artistas a evoluir nos relvados (pelados). Olhava-se para o lado e via-se uma mescla de cachecóis e bandeiras dos clubes envolvidos.
Hoje isso não é possível por culpa de uma cultura incutida e cultivada pelos dirigentes que consideram os adversários como inimigos públicos. São eles que incendeiam os espectáculos desportivos.
Vejam-se os relatos dos incidentes registados com as claques dos clubes: Homicidios, agressões, droga, etc.
Assim não dá. E para agravar mais a questão, quando "a coisa dá para o torto" logo os dirigentes tratam de "sacudir o rabinho", desmentindo o indesmentível. È preciso ter lata. Ou seja, a negar qualquer apoio às claques e até a ignorar a sua existência. Tenham juizo Srs. dirigentes, sejam pessoas bem formadas e cultivem o bom entendimento entre os diversos agentes desportivos. Moralizem o desporto, não atirem gasolina para esta fogueira. Sejam humildes ao ponto de reconhecer as vossas culpas em todo este processo.
É muito fácil manipular multidões, sejam elas integradas por elementos cultos ou incultos, por serem aliciadas com promessas, ilusões, etc. Os dominadores conseguem facilmente iludir as multidões. Pelo contrário quem tenta desiludir torna-se a vítima.
Como agente de autoridade que presta serviço na força de segurança encarregue do policiamento nos maiores estádios do país, no contexto actual, sou a favor da existência das claques organizadas. E porquê?
Simplesmente pelo facto de existir um maior e melhor controle no encaminhamento para os palcos desportivos, concentrando-os e vigiando-os em locais previamente definidos.

domingo, 16 de novembro de 2008

MUDAR OU ARRANCAR OS "MALHÕES"

No Código Penal, a figura que os Almofalenses (e não só )conhecem por "malhões" é designada por "marcos". Estes servem para delimitar propriedades, isto é, dá-nos a informação onde acaba uma propriedade e começa outra.
Segundo o Código Penal vigente, arrancar ou mudar os marcos ou "malhões" é crime.

Artigo 216.º - Alteração de marcos
1 - Quem, com intenção de apropriação, total ou parcial, de coisa imóvel alheia, para si ou para outra pessoa, arrancar ou alterar marco é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 60 dias.
2 - O procedimento criminal depende de queixa.
3 - É correspondentemente aplicável o disposto no artigo 206.º e na alínea a) do artigo 207.º
Mas, se formos a ver bem, o assunto não é assim tão linear. Para que tal aconteça há pressupostos legais que são necessários observar:
Esta é uma questão que pelo seu interesse merece um cuidado especial pelo que efectuarei uma explanação sumária do regime aplicável à demarcação de terrenos.
1º - De acordo com o art. 1353º do Código Civil, o proprietário pode obrigar os donos dos prédios confinantes a demarcar as estremas entre o seu prédio e os deles. Isto aplica-se nas situações em que não há demarcações ou quando estas estejam mal feitas.
2º - Nos termos do art. 1354º do mesmo Código, a demarcação é feita de acordo com os títulos de cada um (documentos que cada um possua) e, na falta destes, de harmonia com a posse em que estejam os confinantes ou ainda do que resultar de outros meios de prova.
3º - Se os títulos não determinarem os limites dos terrenos ou a área pertencente a cada proprietário, e a questão não puder ser resolvida pela posse ou por outro meio de prova, a demarcação faz-se distribuindo o terreno em litígio por partes iguais.
4º - Se os títulos indicarem um espaço maior ou menor do que o abrangido pela totalidade do terreno, atribuir-se-á a falta ou o acréscimo proporcionalmente à parte de cada um.
5º - O direito de demarcação é imprescritível, sem prejuízo dos direitos adquiridos por usucapião.
6º - A alteração de marcos é crime punível com pena de prisão até 6 meses ou dias de multa até 25 dias, caso tenha sido efectuado durante a vigência do Código Penal de 1982, ou de 60 dias de multa, se na vigência do actual Código Penal.
7º - Para que se verifique o crime de alteração de marcos, previsto e punido pelo artigo 216º do actual Código Penal, não basta provar-se que o proprietário do terreno confinante destruiu ou arrancou um marco; é também necessário provar-se que tais sinais tenham sido postos por decisão judicial ou com o acordo de quem estivesse legitimamente autorizado a dá-lo.
Tendo explicado os princípios básicos das demarcações de terrenos, cumpre-me dizer que os marcos não têm de ser de pedra. Outras coisas como uma árvore ou a vedação de esteios com arame também podem funcionar como marcos. Têm é que respeitar as regras acima enunciadas para que tenham o valor de marco. Isto é dizer, ou são considerados marcos por uma decisão judicial, ou por consentimento dos proprietários que marcam os limites dos seus terrenos. Nesta última situação, a existência de testemunhas ou de documentos escritos é um cuidado elementar a ter.
A resolução de litígios jurídicos que versem sobre estas questões não pode, de forma alguma, resumir-se a este parecer dada a complexidade de que, em geral, se revestem. Se a importância económica resultante dos problemas suscitados pelas demarcações assumir uma dimensão que mereça preocupação, é evidente que se torna indispensável um estudo mais aprofundado. Até porque a simplicidade com que se aflorou o tema não demonstra a complexidade da solução de matérias deste foro.
Levantei esta questão, que entendo pertinente, consultando juristas e opiniões de entendidos na matéria.
Nas aldeias rurais do interior norte e centro, com propriedades em pequenas parcelas, estas são por norma delimitadas por marcos e, com alguma regularidade, ouvem-se nas notícias lítigios entre proprietários de terras, inclusivé entre familias, litigios estes que passam para além dos limites do racional.

sábado, 15 de novembro de 2008

"OS GRAXAS"


À primeira vista, ao ler o título do post, o pensamento dos meus amigos vai sem sombra de dúvidas incidir sobre uma profissão que actualmente se encontra em vias de extinção. Nem eu quero fazer essa comparação para não prejudicar os verdadeiros profissionais que ainda restam e que nos tratam de embelezar o calçado quando a preguiça se apodera de nós. Sempre gostei de me engraxar a mim mesmo.

Mas deixemos estes profissionais e passemos a uma outra actividade, com o mesmo nome, actividade esta que vai minando as estruturas, criando desunião entre os membros e algumas vezes "ódios de estimação".

Por norma, "os chefes" de qualquer coisa, gostam de ser bajulados, tanto em público como em privado e, para isso, nada melhor que "os graxas".

Não importa se o bajulador é sincero ou não. Pode até ser um mau profissional no desempenho da missão para que foi contratado. Isso não importa. O que é importante é que ele saiba bajular o chefe, nem que seja com mentiras. O chefe é que tem de ser sempre o maior. Claro que o chefe vai retribuir a "estes ratos amestrados" com umas boas avaliações do desempenho e, se possível, com promoções no grupo de trabalho.

Os bons profissionais, os integros, aqueles que não vão em "graxisses", esses são preteridos.

Assim vai este país do "faz de conta" à beira mar plantado.

Claro que não englobo neste comentário aqueles que, por razões profissionais e com base no dever de obediência e lealdade são obrigados a ter relações priveligiadas com as chefias.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O COMBOIO EM BARCA D'ALVA



Quando em criança ouvia falar de Barca D'Alva, não fazia a minima ideia da importância deste lugar anexo à freguesia de Escalhão do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Os almofalenses falavam da Barca como um local para onde iam "ganhar a jeira" integrados em ranchos que se dividiam pelas muitas quintas ali existentes. Eram trabalhos sazonais como a vindima, a apanha da azeitona e a apanha da amêndoa, que justificavam um maior empenhamento de matéria humana. Os habitantes de Barca d'Alva, na sua maioria, eram empregados da CP, Guardas Fiscais ou pescadores, o que só por isso, justificava o recrutamento de jeireiros para trabalhos agrícolas nas outras freguesias rurais do concelho.
Ouvia falar da estação da CP e das suas ligações ao Porto e a Espanha. Nunca dei importância a este factor, excepto quando já com outra idade, necessitei deste transporte para efectuar viagens até Freixo de Numão. Nesta altura meu pai prestava serviço na GNR da Mêda e este era o transporte mais directo até esta localidade. As locomotivas a carvão (vapor), a entrada da mesma nos diversos túneis escavados nas rochas, o fumo a entrar pelas janelas abertas, tudo isso são recordações do passado e de que me recordo com saudade.
Vem esta introdução a propósito da prespectiva de reabertura da linha que se encontra encerrada desde 1990. Se se confirmar, trata-se de uma mais valia para uma região que engloba dois patrimónios mundiais: O Douro vinhateiro e as gravuras do Côa. O desenvolvimento turístico da região agradece até pelo facto da mesma linha férrea ter ligação à provincia espanhola de Salamanca. Há que congregar esforços dos dois lados da fronteira e avançar com este projecto turistico que vai beneficiar não só os habitantes da região como todos os turistas que nos visitam e que assim ficam a conhecer uma das mais belas paisagens deste Portugal profundo.
A Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, na pessoa do seu Presidente, Sr. Dr. António Edmundo, está de parabéns pela aposta feita na revitalização da linha e na requalificação do cais de Barca d'Alva.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

SAÚDE

Folheei o Ecos da Marofa nº. 386 de 10NOV2008. Entre as muitas para não dizer a totalidade das notícias que me prenderam a atenção, houve uma que mais "aguçou" a minha curiosidade. Até pelo simples facto de eu já me ter pronunciado sobre esse assunto neste blogue.
A reportagem da televisão SIC, ocorreu precisamente numa altura em que eu me encontrava em Almofala e necessitei de recorrer aos serviços do Centro de Saúde de Figueira de Castelo Rodrigo. As consultas que pretendia eram destinadas a meus pais, sendo que o meu progenitor sofre de uma doença crónica que carece de um acompanhamento regular e em datas imprevisiviveis. Ou seja, tem de recorrer ao médico de família quando o seu estado de saúde se encontra fragilizado.
Contactei com as pessoas que foram entrevistadas pela SIC. Não está em causa a veracidade das afirmações proferidas pelos entrevistados. O que aqui está em causa é a substância dessas afirmações.
O Sr. Dr. Joaquim Pelicano, médico que eu não conheço pessoalmente mas, pelo que me dizem, trata-se de um excelente profissional, afirmou na sua entrevista que:"Consegue-se consulta num dia ou noutro, agora cada pessoa vê as situações à sua maneira, dependendo da vontade e disponibilidade de cada profissional de saúde".
Então Sr. Dr., os profissionais de saúde só atendem os pacientes se tiverem vontade? Não lhe fica bem essa afirmação, mas compreendo-a. É natural que o Sr. Dr. Pelicano tenha vontade e eu sei que o Sr. é daqueles que excede em muito as tais doze consultas diárias. Agradeço-lhe por isso em nome dos meus país de quem é o médico de familia.
Na mesma entrevista, o Sr. Dr. afirma " Se o caso de doença for grave, o médico tem obrigação de atender o doente num período máximo de 48 horas e também existe o serviço de urgências, onde está sempre um médico em atendimento."
Pelo que deduzo e posso estar enganado, na situação do meu pai, basta comparecer à consulta que a mesma é sempre garantida. Será?
Quanto à deslocação ao serviço de urgências, penso que medidas proactivas serão as mais aconselhadas. Com toda a certeza o médico de família está mais por dentro da situação clínica do doente e não precisará de efectuar um novo diagnóstico da doença.
Nesta "polémica", se me é permitida a opinião, deve-se mudar o que está mal e conservar o que está bem. Até neste aspecto poderão não existir concensos pois o que para uns está bem para outros estará mal.
No entanto, uma coisa eu garanto, haverá unanimidade nas opiniões, quando se encontrar uma solução para evitar a permanência das pessoas, altas horas da madrugada, a fim de marcar consultas médicas.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

DIA DE S.MARTINHO E NÃO SÓ



Hoje é dia de S.Martinho. Já o diz o provérbio popular " No dia de S.Martinho vai à adega e prova o teu vinho". Ninguém se lembraria do dia de S.Martinho se a ele não estivessem associadas as castanhas assadas e o vinho. Poderemos dizer que é um dia celebrado por conveniência. Hoje é o dia em que aqueles que habitualmente bebem uns copitos arranjam uma desculpa séria, quando são detectados com excesso de alcool: " Então Sr. Guarda, não sabe que dia é hoje?". É esta a desculpa para os seus excessos.

Até hoje nunca consegui descobrir a ligação entre o S.Martinho, as castanhas e o vinho, a não ser o dia da celebração e a conveniência da escolha deste dia.

No calendário liturgico, o dia de S.Martinho celebra-se no dia 11 de Novembro, data em que o Santo, no ano de 397, foi a enterrar em Tours-França, depois de ter falecido dois ou três dias antes em Candes.

S.Martinho é santo patrono dos alfaiates, dos cavaleiros, dos pedintes, etc. e o facto do seu dia coincidir com a época do ano em que se celebra o culto dos antepassados e com a altura em que terminam os trabalhos agrícolas e se começa a usufruir das colheitas ( do vinho, dos frutos, etc) leva a crer que a festa deste Santo tenha uma componente de exuberância que actualmente tende a prevalecer.

Assim, em Portugal, o dia de S.Martinho, é lembrado principalmente para enaltecer o espirito da solidariedade. Quem nunca ouviu contar o episódio em que partilhou a sua capa do uniforme de soldado com um pobre pedinte?

Um bom dia de castanhas assadas e bom vinho para todos os Almofalenses.

Nem eu me lembrava. Para os esquecidos como eu, lembro-os que hoje passam 90 anos sobre a assinatura do Armisticio que marcou o fim da 1ª. Guerra Mundial. Tratou-se do primeiro conflito armado do Séc. XX

domingo, 9 de novembro de 2008

DIVERTIMENTOS

No último texto deste blogue escrevi a palavra "divertimentos" levando-os para o período nocturno. À primeira vista, quem não tivesse conhecido a realidade da minha geração, seria induzido em erro e pensaria como se estivesse na actualidade. Nada disso. A minha geração contentava-se com pouco. Na parte nocturna, eram um bailaricos na "Casa da Escola" a que eu apenas assistia, pois não era um "pé de dança" e umas suecadas na Cervejaria da Sra. Lucilia.
O nosso espaço de divertimento ficava limitado a Almofala, dado não haver a quantidade de transportes que hoje existem. Geralmente aos domingos, quando se tinham alguns tostões a mais, arriscava-se uns joguitos de cartas mais complicados, mas sempre com o ouvido ligado para o exterior não se tivesse a visita inesperada dos Homens da Lei. Algumas vezes, aconteceu haver necessidade de saltar pela janela para um quintal e deste para a rua. E isso pelo facto de estarmos no interior da cervejaria com a porta fechada, pois já tinha terminado o seu período de funcionamento. Enfim, havia respeito.
Os verdadeiros divertimentos desenvolviam-se durante o dia. Os grupos de crianças reuniam-se quase sempre no adro da Igreja. Chamavam-se porta a porta para não faltar ninguém, pois alguns dos confrontos desportivos eram "rua contra rua". Peço desculpa às outras ruas mas a minha, a Rua de "Canta la Rana" era a que tinha mais miudos. Isso não queria dizer que vencessemos sempre. Dependia dos jogos em disputa. O futebol era o desporto que requeria mais matéria humana. O mais complicado era escolher o local do confronto. Geralmente era nos prados e tinha que se ponderar muito bem qual deviamos escolher. Refiro este pormenor devido às constantes perseguições dos donos dos prados. Era um olho na bola e outro no caminho, não fosse aparecer o dono do terreno do jogo. Quando tal acontecia, era dado o alerta, recolhiam-se apressadamente as roupas e "toca" a fugir em direcção a outro local previamente definido, tipo plano B.
Apesar destas vicissitudes, viviamos felizes.
Bom Domingo para todos.

sábado, 8 de novembro de 2008

FIM DE SEMANA


Hoje é dia de descanso. Para qualquer comum dos mortais que trabalhe durante uma semana inteira, o fim de semana é sempre bem vindo. Para mim é um descanso a dobrar. Trabalhar durante a noite é diferente do trabalho em regime diurno. A idade também já é outra. O que antigamente para mim era um prazer (divertir-me à noite), hoje é já um fardo pesado com a agravante de ser a trabalhar em prol da segurança dos cidadãos. Às vezes sinto-me diminuido nas minhas capacidades e penso com os meus botões: "Quem me dera ter agora vinte anos". Sim, porque com o evoluir da idade perde-se algum vigor físico mas ganha-se maturidade e ambos os atributos deviam estar misturados no Homem perfeito. Na minha actividade profissional era o ideal. A alteração da Lei da reforma veio complicar os meus projectos futuros. Por este andar, nem sei se a chegarei a gozar. Estamos na eminência de ver um qualquer cívico, uniformizado e armado a deambular pelas ruas de uma qualquer cidade amparado a uma bengala. Em contrapartida o crime evoluiu e organizou-se cientificamente. Se antes se dizia "O que pensa o gato pensa o rato", hoje teriamos de arranjar a comparação com um animal mais feroz. Eu, neste momento, já não sei se sou o gato se sou o rato. Mas enfim, melhores dias virão. Bom dia de descanso a todos os Almofalenses, estejam onde estiverem.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

CARTA ABERTA AO SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO


Sr. Dr. António Edmundo
Não sou cidadão eleitor inscrito nos cadernos eleitorais de Figueira de Castelo Rodrigo. Nasci em Almofala e com muita pena minha tive de deixar a terra que me viu nascer e que eu tanto adoro.
Aí viveram os meus antepassados e ainda vivem os meus pais e outros familiares já com idade avançada.
Como o Sr. Presidente sabe, o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo envelheceu. E isso deveu-se principalmente à falta de estruturas empresariais que fixem os jovens à nossa terra.
Sei do grande esforço que Vª. Exª. e a sua equipa estão a fazer para inverter estes dados estatisticos.
Por isso lhe agradeço e incentivo a continuar a sua obra.
Mas, o que me levou a escrever esta carta aberta é acima de tudo um apelo que lhe faço, embora saiba de antemão que não é "assunto da sua lavra".
Contudo, o Sr. como Presidente de todos os Figueirenses tem uma palavra a dizer e, com toda a certeza, esta chega mais rápido e com outro peso aos orgãos de decisão.
Trata-se do modo como os Figueirenses, e não só, são tratados no Centro de Saúde de Figueira de Castelo Rodrigo.
Nada a dizer dos funcionários e pessoal médico/enfermagem. Estes são exemplares.
O que aqui se torna vergonhoso é o facto de haver pessoas que se concentram junto ao Centro de Saúde às três horas da manhã para terem direito a uma consulta médica.
Disseram-me que tal se deve à falta de médicos. Talvez uma política economicista por parte do Governo Central.
Escrevo por experiência própria pois já senti na pele o que é ter de me deslocar para o Centro de Saúde às quatro da manhã e, mesmo assim, já ser o sexto para a consulta médica.
A tudo isto, junte-lhe o facto de no Centro de Saúde apenas existir um abrigo (se é assim que se lhe pode chamar) com estrutura em alumínio, sem aquecimento, onde as pessoas se resguardam do frio e da chuva, anexo este com capacidade para cinco doentes.
E o Sr. Presidente sabe como são rigorosos os Invernos em Figueira de Castelo Rodrigo!
Acha isto humano, Sr. Presidente?
Desejo-lhe os maiores êxitos para o desempenho da sua Presidência, na certeza que se traduzirão em benefícios para os habitantes do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo.
Subscrevo-me com elevada estima e consideração.
Com os melhores cumprimentos
Luis Neves das Eiras
NOTA: Em 04NOV08, mandei um email à C.M. de Figueira de Castelo Rodrigo, dando conhecimento desta carta aberta.

DIA DE FINADOS

Foi dia de Finados. Gostaria de ter estado presente fisicamente nos Cemitérios de Almofala e de Mata de Lobos em homenagem aos meus antepassados. Tal não foi possível por força da minha profissão. Estive presente em espirito. Neste dia telefonei para minha mãe (o que é prática diária) com quem desabafo e sei notícias da minha terra. Foi com uma grande emoção, o que se notava na sua voz, que me contou da sua ida ao cemitério e da grande afluência de pessoas no mesmo. Fiquei feliz em saber que as gentes da minha terra ainda dão valor e continuidade a um ritual praticado pelos nossos antepassados. Temo que com o evoluir dos tempos, desarticulação das familias e deslocalização das mesmas, esta prática vá caír em desuso. Seria bom que se mantivesse, mesmo que anual, e fosse transmitida de pais para filhos de modo a não deixar caír esta tradição.
Um abraço para todos os Almofalenses.

domingo, 26 de outubro de 2008

AINDA A CRISE NA ADEGA DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO

Hoje é Domingo. Por força da minha ocupação profissional estou de serviço durante 24 horas. Tive tempo para reflectir sobre o que um familiar meu, no caso a minha mãe, me disse quando soube que eu tinha colocado um comentário no blogue sobre a Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo. Já o disse à minha mãe e repito-o neste comentário, ninguém gosta mais da minha terra do que eu. Tenho direito à indignação e a expressar-me sobre situações que eu entenda não serem as mais correctas. Tal direito está consignado na Constituição da República e todo o povo Português foi incentivado pelo então Presidente da República, Sr. Dr. Mário Soares, a fazer uso desta prerrogativa legal. Seria para mim um prazer estar a comentar uma situação estável da Adega Cooperativa, onde tudo fosse um "mar de rosas". Mas infelizmente não é essa a situação. Todos devem arcar com as responsabilidades da gestão. Não está em causa se há ou não gestão danosa, estão sim em causa os prejuizos patrimoniais de gente que trabalha, que se sustenta do que a terra lhes dá e que não viram compensados os suores derramados nas terras de cultivo.
Se há crise, que sejam todos a pagá-la. Não está em causa os honorários dos trabalhadores da Adega que devem ser pagos pontualmente conforme o acordado. Não se compreende é que nesta altura de crise haja alguns funcionários superiores que com horas extraordinárias à mistura, recebem ordenados principescos. Não estive presente na última Assembleia Geral da Adega, nem tinha que estar, uma vez que minha mãe é que é sócia/cooperante, mas foram-me relatados episódios ali passados, com perguntas pertinentes à mesa da Assembleia Geral, perguntas essas que não obtiveram resposta para esclarecimento dos sócios/cooperantes. Segundo me contaram até existiram ameaças de demissão em bloco. Só foi pena não terem passado das ameaças.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

CADA VEZ SE EXIGE MAIS SEGURANÇA


As noticias com que diariamente se abrem os telejornais nas televisões são indiciadoras de um aumento da criminalidade. O mesmo acontece com os jornais diários que dedicam páginas inteiras a relatos de actos criminosos. Destes, destaco os praticados contra idosos que vivem em comunidades isoladas ou aldeias despovoadas e que são especialmente vulneráveis aos criminosos que se dedicam a este tipo de crime.

Exercendo eu funções numa força de segurança onde o contacto com a realidade é mais que evidente, não queria deixar de alertar os ALMOFALENSES para algumas precauções a tomar a fim de evitar que estes actos criminosos ocorram na minha terra.

É sabido que um dos crimes que mais ocorre direcionado para os idosos é o crime de burla. Quem se dedica a este tipo de crime usa os mais variados estratagemas. É aqui que nos podemos prevenir, adoptando procedimentos de segurança. Lembrarei os mais elementares, outros haverá que dependerão de iniciativa própria e do estado de espirito de cada um quando confrontado com uma situação do género.

Assim, devemos desconfiar sempre:


  • Daqueles que nos batem à porta e nos garantem ganhos de dinheiro fácil;

  • De pessoas que não conhecemos e que se apresentam como cobradores da água, luz ou telefone. (Caso desconfiemos, temos o direito de solicitar a identificação funcional dos mesmos. Ainda assim há quem utilize cartões de identificação falsificados);

Caso ocorra uma destas situações, não podemos perder a lucidez, nem mostrar nervosismo, devemos sim adoptar os procedimentos seguintes:


  • Comunicar telefonicamente com a autoridade policial da àrea, Neste caso a GNR de Figueira de Castelo Rodrigo (Telef. 271 312 142), número este que deve estar sempre "à mão" e pronto a ser consultado;

  • Fixar os pormenores dos burlões, isto é: côr do cabelo, etnia, côr dos olhos, se usam barba ou bigode, o que trazem vestido, a altura, tentarmos ver a idade aproximada dos mesmos, se têm alguma deficiência visível, etc. Caso se façam transportar em automóvel devemos fazer um exercício de memória de modo a fixar a matricula, marca e côr do mesmo.

Geralmente, quem se dedica a este tipo de crime não usa a violência. Contudo, poderão fazer uso dela quando os seus intentos não são conseguidos. Neste caso, aconselho mais uma vez, a que se mantenha a serenidade e não se manifestem sinais de nervosismo e seja qual for o pretexto invocado pelos burlões, nunca os convidem a entrar em casa. Refiro este último conselho, pois sendo eu Almofalense e conhecendo a hospitalidade das gentes de Almofala, não me espantaria que fosse esta a primeira atitude tomada quando alguém nos bate à porta, mesmo sendo desconhecido.

domingo, 19 de outubro de 2008

A CRISE ECONÓMICA EXPLICADA AOS PEQUENINOS


Um amigo meu, enviou-me um mail sobre o assunto. Por ser pertinente e actual e também por achar engraçado e de fácil compreensão achei por bem publicá-la neste blog. Quero compartilhá-la com todos.

"Estava-se no Outono e os Índios de uma reserva americana perguntaram ao novo Chefe se o Inverno iria ser muito rigoroso ou se, pelo contrário, poderia ser mais suave.Tratando-se de um Chefe Índio mas da era moderna, ele não conseguia interpretar os sinais que lhe permitissem prever o tempo, no entanto, para não correr muitos riscos, foi dizendo que sim senhor, deveriam estar preparados e cortar a lenha suficiente para aguentar um Inverno frio.

Mas como também era um líder prático e preocupado, alguns dias depois teve uma ideia. Dirigiu-se à cabine telefónica pública, ligou para o Serviço Meteorológico Nacional e perguntou:"O próximo Inverno vai ser frio?"-"Parece que na realidade este Inverno vai ser mesmo frio" respondeu o meteorologista de serviço.

O Chefe voltou para o seu povo e mandou que cortassem mais lenha.

Uma semana mais tarde, voltou a falar para o Serviço Meteorológico:"Vai ser um Inverno muito frio?""Sim," responderam novamente do outro lado, "O Inverno vai ser mesmo muito frio".

Mais uma vez o Chefe voltou para o seu povo e mandou que apanhassem toda a lenha que pudessem sem desperdiçar sequer as pequenas cavacas.Duas semanas mais tarde voltou a falar para o Serviço Meteorológico Nacional:"Vocês têm a certeza que este Inverno vai ser mesmo muito frio?""Absolutamente" respondeu o homem "Vai ser um dos Invernos mais frios de sempre.""Como podem ter tanto a certeza?" perguntou o Chefe.O meteorologista respondeu "Os Índios estão a aprovisionar lenha que parecem uns doidos.

É assim que funciona o mercado de acções...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

CRISE NA ADEGA COOPERATIVA DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO


Recebi o Jornal "Ecos da Marofa" nº. 385, com data de 10 de Outubro de 2008. Logo na primeira página salta aos olhos o título da notícia "Quebra na produção pode chegar aos 40%". Segundo a Direcção, as dificuldades financeiras existentes há algum tempo irão piorar, por falta da entrega da matéria-prima por parte dos associados.
Se este termo "associados" foi empregue por algum elemento da direcção, acho-o correcto. Não achei correcto, foi a atitude de um funcionário da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo, quando ali me desloquei a indagar o motivo pelo qual não era paga a colheita de 2006, com a agravante de ainda ter de pagar o aluguer dos "latões" e por ele fui informado que minha mãe não era associada da Adega mas sim cooperante. Chamem-lhe o nome que quiserem, dêm as voltas que derem, os culpados da situação da Adega não são os sócios/cooperantes, são sim os dirigentes da Cooperativa que não conseguiram implementar uma política de mercado de modo a rentabilizar os meios que tinham ao seu dispôr.
Quem paga os custos da produção não pode receber como resposta que "A Adega não paga as uvas entregues no ano de 2006 porque tem prejuízo".
Foi com respostas deste tipo que os agricultores perderam a confiança em quem dirige a Adega.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

CHAFARIZES DE ALMOFALA

UM REPARO

Nasci na Rua de “Canta la Rana” e, desde muito novo, habituei-me a ver o chafariz situado no Terreiro da Coimbra, com uma grande afluência de moradores que ali enchiam os seus cântaros com água. Os tempos mudaram e com a instalação da rede de águas no domicílio essa afluência foi diminuindo mas, mesmo assim, muitas das pessoas preferiam beber a “água da tinaria”. Por outro lado, o chafariz que servia de bebedouro aos animais viu diminuída a sua importância pelo facto de, praticamente, já não existirem “bestas” que justificassem a sua reparação ou conservação. Contudo, esses chafarizes continuam lá e servem para embelezar e recordar memórias antigas.
O reparo/apelo que faço às entidades competentes, Junta de Freguesia de Almofala e Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, vai no sentido de os sensibilizar para a recuperação de todos os chafarizes de Almofala de modo a que este património não se degrade e as pessoas continuem a ver neles alguma actividade.

ACTUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO NA INTERNET

Ao efectuar uma pesquisa na internet, e ao visitar a pág. http://freguesiadealmofala.com/, verifiquei que a mesma se encontra com as informações erradas quanto à composição da Junta de Freguesia. É minha opinião que, com alguma frequência, se procedesse às actualizações dos dados e se inserissem outras informações com interesse para os utentes.

LENDA DAS ÁGUAS DE ALMOFALA

Para consulta no seguinte site:

http://www.cantodaterra.net/ct/site/lendas/lenda.asp?id=27

ou

http://forum.g-sat.net/showthread.php?t=25908

terça-feira, 14 de outubro de 2008

DE ALMOFALA? QUAL ALMOFALA?


Está transcrito no seguinte blog http://bengalinha.blogspot.com/2008/03/quadro-de-mobilidade.html, a seguinte afirmação:

"...A Lurdinhas, entretanto, explicou-se. Disse a ilustre almofalense a seguinte enormidade:..."

A pergunta que eu faço e responda quem souber para que sejamos elucidados: QUAL ALMOFALA? SERÁ A NOSSA?

ALMOFALA

Almofala situa-se a 12 Km a Este da sede do concelho num vale que corre para o rio Águeda junto à fronteira com Espanha. O seu nome tem origem árabe, no termo Almohala, de onde derivou para Almafalla e finalmente Almofala. Este topónimo tem o significado de “acampamento”. Uma curiosa lenda que pode ser conhecida na secção sobre lendas deste concelho dá outra versão para o nome desta localidade.
É de admitir que a primitiva povoação tenha surgido junto da “Torre das Águias”, de origem romana, ou no castro celta de Santo André.
Nos campos de cereal e hortas que rodeiam a povoação existiu até meados do século XVII, uma pequena freguesia conhecida por “Colmeal das Olas”, com cerca de 50 habitantes. Foi completamente arrasada em Outubro de 1642 quando forças espanholas invadiram a povoação durante a Guerra da Restauração. Visitando o lugar, ainda se descobrem muitos vestígios de casas e de uma capela. Próximo desta zona encontra-se um carrasco, árvore selvagem, de tão grande porte que quem o vê pela primeira vez, se admiram pela sua grandiosidade.
Quem se desloca da sede do concelho para a povoação de Almofala encontra no seu percurso a barragem de Santa Maria de Aguiar onde existe um extenso lençol de água onde habitam diversas espécies de aves aquáticas como os patos, galeirões, mergulhões, galinhas de água, gaivotas entre outras.
Um pouco mais à frente, ao chegar perto da capela de São Sebastião, milhares de pequenas amendoeiras em flor dão uma imagem deslumbrante para quem visita esta região. Na região de Santo André encontra-se uma das maiores colónias de grifos de Portugal. Esta ave necrófaga, com 1 metro de comprimento e cerca de 2,5 metros de envergadura, apresenta a cabeça e o pescoço cobertos de penas brancas e o resto de corpo de penas pretas.
Talhado no duro granito da região, perto da povoação, podemos admirar um solitário cruzeiro, datado do século XVI denominado “Cruzeiro Roquilho” ou “Divino Manso Roqueiro”. No topo, numa pedra com forma de prisma, estão gravadas a imagem de um cordeiro e a concha ou “vieira” de Santiago. Este cruzeiro assinalava o caminho que, vindo de Escarigo, seguia por uma estreita rua de Almofala conhecida por “calle canta la rana”.
Na rua Direita existe ainda hoje um enorme poial que serve de assento às pessoas que regressam cansadas do trabalho e que se juntam aqui para uma amena conversa. Chamam-lhe “Pedra da Paciência”. Outrora, quando os “homens bons” da freguesia eram os juizes do povo, a que cabia aplicar as coimas, nele se sentavam os “magistrados locais”, para discutirem o assunto e, depois de sabiamente terem reflectido, aplicarem a multa conveniente. Os “julgamentos” eram demorados , tendo todos os membros da comunidade a oportunidade de apresentarem a sua opinião. Porém a pedra mantinha-se inerte e indiferente aos acontecimentos que a rodeavam mostrando toda a sue eterna paciência.
Esta região foi também conhecida pela quantidade de minas de pirites, associada à prata, que existiram em tempos remotos. Existe mesmo na povoação um lugar denominado “cabeço da prata” onde se supõe terá existido uma mina de onde se extraia aquele metal precioso. Por aqui foram encontrados vestígios de uma “villae”, herdade romana, que atendendo à fertilidade das terras se deveria destinar à exploração agrícola. No “Vale do Torno” foram encontrados machados de pedra do Período Eneolítico a quem o povo chamava “pedras de raio” e atribuía poderes sobrenaturais.
A Igreja Matriz é simples, sem adornos exteriores dignos de nota. A torre sineira tem a forma de prisma terminando em pirâmide. O templo é amplo e apresenta um altar-mor, com retábulo barroco, de arco perfeito, revestido com talha dourada. Nos altares colaterais, junto ao arco que dá acesso à capela-mor, de colunas salomónicas, com 6 espiras cada. Na sacristia existem antigas imagens de santos e um artístico lavabo de pedra de 1766. O tecto da capela-mor, de abóbada de berço, é de madeira de alfarge, em caixotões decorados com desenhos multiformes. No adro da igreja existe um cruzeiro de pedra, colocado em 1640, para perpetuar o sacrifício que a freguesia sofreu em 1642, durante a Guerra da Independência.
A “Torre das Águias” ou “Torre dos Frades” são os nomes pela qual é conhecida esta ruína que, para além da função inicial para a qual foi construída no tempo do domínio romano, terá sido o primitivo convento dos monges de Aguiar e, posteriormente, posto de vigia militar. Esta torre sofreu várias modificações no seu traçado original, ao longo dos séculos. Atingiu o momento de glória durante a Guerra da Restauração, funcionando como posto de vigia. Foi destruída em 12 de Outubro de 1642 quando no decorrer da referida guerra o Duque de Alba mandou invadir o concelho. Durante 2 anos, as tropas espanholas espalharam a destruição e o terror pela região. Junto à torre existia uma pequena povoação, chamada “Torre de Frades” com 40 habitantes que foi completamente destruída e arrasada. Nos tempos áureos do domínio romano, a “Turris Aquilaris” funcionou como pousada para os viajantes, civis e militares, que cruzavam a via imperial romana ligando a cidade da Guarda e Astorga. Também este monumento tem a sua lenda que se relata na secção respectiva.
A Capela de Santo André foi construída em 1909 no local onde terá existido um templo romano. Ainda se pode admirar a sua porta em ogiva dessa época. As duas esculturas zoomórficas, colocadas à entrada do recinto da capela representam a escultura de um de um touro e de um porco com características da época proto-histórica. A nova capela é de construção simples. Ladeando o altar-mor estão dois painéis pintados que representam o Calvário e a Eucaristia, numa representação da Última Ceia de Cristo.

(RETIRADO DO SITE)
http://cardoso.com.sapo.pt/Figueira/Almofala.html

DALBERTO TEIXEIRA POMBO
Nasceu em Almofala a 09 de Novembro de 1928, filho do Sr. Tenente Pombo
palavras para quê. Consultem

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

ALMOFALA UMA DAS SETE MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL

Este artigo foi por mim enviado por email em 29.01.2007 para publicação no jornal "Ecos da Marofa. Nunca foi publicado e, até hoje, desconheço o motivo, sabendo que todos os artigos anteriores por mim enviados foram publicados. Será por afirmar que a minha terra é uma maravilha? Cada um que "puxe a brasa à sua sardinha". Talvez a vida na América fosse mais importante para os Almofalenses.


ALMOFALA UMA DAS SETE MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL
Por que não? Sou suspeito ao propôr Almofala como uma das sete maravilhas naturais de Portugal. A minha ligação a Almofala poderá indiciar a minha tendência e o meu bairrismo. Quem conhece Almofala e já mostrou interesse pela sua natureza, certamente é da minha opinião. Desde a barragem de Santa Maria de Aguiar até às arribas do Águeda, tudo é belo nesta terra votada ao abandono. A excepção dá-se em altura de eleições onde os votos é que contam e as promessas são mais que muitas com alguma utopia à mistura. A comunicação social que tem por missão dar a conhecer o Portugal real, insiste em dar ênfase aos monumentos e às construções megalómanas esquecendo aquilo que é belo e é natural.
Almofala encaixa perfeitamente neste retrato. O relevo das arribas do Águeda caracteriza-se pelas vertentes escarpadas e falésias, com cerca de quinhentos metros de altura, produzindo uma paisagem impressionante e assustadora, onde o Rio Águeda é elemento preponderante. As culturas destas terras eram influenciadas por um microclima caracterizado pela suavidade dos invernos com ausência das geadas que permitia colheitas prematuras e de melhor qualidade de azeitona, vinho, amêndoa, etc. Nestas zonas agrícolas, quase todas abandonadas e infestadas por carrascos, podem-se ver ainda os "baturéis", vulgo socalcos, todos eles elaborados pelo Homem, sem intervenção mecânica. Quem desejar conhecer as arribas do àgueda em Almofala e se quiser aventurar pelos muitos caminhos que vão dar ao rio, poderá admirar um espectáculo único e inolvidavel, onde o silêncio se ouve, apenas cortado pelo rumorejar do rio. Está-se na presença de um património cultural que confere a esta região um estatuti especial e cujas caracteristicas próprias urge preservar e valorizar sob pena de se perder. Muitas pessoas que visitam as arribas do Àgueda, encantam-se com a sua beleza servindo eles de veículo de informação, proporcionando a outros a descoberta deste paraíso natural. É um exercício de história, uma sala de aulas a céu aberto. É ao longo do rio Águeda, praticamente inacessível aos humanos que as diversas comunidades de aves, algumas em vias de extinção, possuem o seu habitat. Neste caso, encontram-se o grifo, outrora conhecido por "abetarda", a águia-real, a águia de bonneli e outros. Ali encontram o sossego para o seu desenvolvimento e reprodução, refugiando-se nas enormes e inexpugnáveis fragas que lhes servem de auto defesa e que podem ser observadas do miradouro instalado na Capela de Santo André.
Tudo isto e muito mais são um privilégio dos Almofalenses que o pretendem dar a conhecer, mas sempre com o orgulho de dizer "É NOSSO É DE ALMOFALA".

A MEUS PAIS

Presto aqui homenagem aos meus pais António das Eiras, natural de Mata de Lobos, militar da GNR na situação de aposentado e a minha mãe Georgina Gouveia das Neves, natural de Almofala, doméstica, reformada. Sem eles eu não existia.

Aos meus pais, ANTÓNIO e GEORGINA
Obrigado por existirem e por serem quem são. Obrigado pela dedicação,
pela amizade, pelo companheirismo.
Obrigado pela vida e pelo orgulho que é ter nascido de vós.
Obrigada pelos ensinamentos, pelos sermões, pelos castigos, pelas palmadas e,
principalmente pelos exemplos. Eles são valiosissimos.
Obrigada por me terem repreendido quando o merecia
Assim, pude ver que na vida nem tudo é como a gente quer.
Aprendi a ter limites, a ser mais "gente".
Obrigada pelas preocupações. Sei que muitas vezes fui (e ainda sou) a vossa causa de insónia.
Obrigada por tudo.
Aprendi a ter coragem, a não desanimar, a saborear a vitória.
Obrigada pelas mãos entrelaçadas na minha, dando-me confiança,
na certeza de trilhar por caminhos seguros e na certeza de que terei sempre onde me amparar caso tropece.
Obrigada pelos "nãos" que me deram...Na altura não os compreendia.
Perdão por tudo o que de mal fiz, por tudo o que não fiz e pelo que pensei fazer.
Deus vos abençoe, dando-me a alegria
de vos ter ainda por muito tempo.
Adoro-vos

DESERTIFICAÇÃO

Quem como eu nasceu em Almofala criou raizes inseparaveis, um género de cordão umbilical que nunca foi retirado. Na minha infância admirava ver este povo trabalhador, incansavel, em que o nascer do sol era o relógio que marcava o inicio dos trabalhos, o mesmo acontecia com o pôr do sol que marcava o fim dos trabalhos diários. Eram ruas inteiras de gente que aproveitava a noite para o seu merecido descanso. Os tempos mudaram e nas minhas incursões à terra que me viu nascer (não tantas quantas as desejadas por mim) verifico que as ruas estão desertas (salvo em ocasiões especiais, como por exemplo os meses de Julho e Agosto e na altura das vindimas). Jovens são poucos e os poucos que ali estão anseiam por uma vida melhor fora da terra. O concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, apesar da boa vontade da autarquia em fixar empresas e criar postos de trabalho, tem lutado com uma conjectura economica que lhe é desfavoravel. A crise instalou-se por todo o lado e quem mais sofre são os concelhos do interior que cada vez estão mais despovoados. Por este andar, estou em crer que algumas aldeias do interior serão futuramente autênticas aldeias fantasmas.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Aos Almofalenses e amigos de Almofala

Se algo une as pessoas poderemos dizer que essa união provém dos laços familiares. Outro dos factores de união é a terra de naturalidade. Ao criar este blog pensei sinceramente num meio de unir mais os Almofalenses, principalmente aqueles que se encontram espalhados pelos quatro cantos do mundo. Será com toda a certeza um local de consulta em que o contributo de todos será importante e imprescindivel. Sem essa colaboração este blog afundar-se-à logo à nascença. Por isso, apelo a todos os Almofalenses que queiram e possam colaborar, que o façam, de modo a priveligiar com notícias da nossa terra aqueles que vivem longe e que por elas anseiam.
O meu muito obrigado a todos.