segunda-feira, 13 de outubro de 2008

DESERTIFICAÇÃO

Quem como eu nasceu em Almofala criou raizes inseparaveis, um género de cordão umbilical que nunca foi retirado. Na minha infância admirava ver este povo trabalhador, incansavel, em que o nascer do sol era o relógio que marcava o inicio dos trabalhos, o mesmo acontecia com o pôr do sol que marcava o fim dos trabalhos diários. Eram ruas inteiras de gente que aproveitava a noite para o seu merecido descanso. Os tempos mudaram e nas minhas incursões à terra que me viu nascer (não tantas quantas as desejadas por mim) verifico que as ruas estão desertas (salvo em ocasiões especiais, como por exemplo os meses de Julho e Agosto e na altura das vindimas). Jovens são poucos e os poucos que ali estão anseiam por uma vida melhor fora da terra. O concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, apesar da boa vontade da autarquia em fixar empresas e criar postos de trabalho, tem lutado com uma conjectura economica que lhe é desfavoravel. A crise instalou-se por todo o lado e quem mais sofre são os concelhos do interior que cada vez estão mais despovoados. Por este andar, estou em crer que algumas aldeias do interior serão futuramente autênticas aldeias fantasmas.

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