
Já me tenho questionado se não estarei a perder qualidades.Não me refiro, evidentemente, às qualidades morais. Essas vão-se fortalecendo com o passar dos anos e de forma progressiva. Refiro-me sim à tolerância. Como dizia Voltaire: "A primeira lei da natureza é a tolerância - já que temos uma porção de erros e fraquezas". Tenho medo de errar e não assumir esses erros. Nunca o fiz, não faço nem nunca o farei.
Todos nós temos dias em que o nosso "ego" - veículo funcional do domínio da mente - se encontra nos subterrâneos da nossa personalidade. Quando tal me acontece, noto-o perfeitamente, tento de imediato libertar-me de todo o tipo de pressões e, mais que não seja, desabafo com pessoas da minha confiança. Porque, para mim, o verdadeiro repressor, o verdadeiro culpado, o verdadeiro obstáculo, é o ego humano. O ego humano é uma espécie de animal indomado, feroz, voraz, e sempre pronto para o ataque.
Nos tempos que correm cada vez nos tornamos mais egoístas. Perdeu-se o espírito da partilha. Deixámos de ser solidários. Passamos muito tempo a olhar para o nosso umbigo.
Espero que os visitantes desta minha casa vejam neste desabafo um acto de introspecção e não um acto de contrição.
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