
Estou a ficar velho e já me tinha apercebido disso. Em diversos artigos que escrevi neste blog tenho defendido a cultura dos valores que regem a nossa convivência na sociedade. Fiz a apologia que as pessoas de idade mais avançada incutissem nas gerações mais novas esses valores. Por outro lado apelei aos mais "velhos" que compreendessem os mais "novos" e que assimilassem as suas atitudes e comportamentos. O que eu nunca disse nem referi foi que se apoiassem atitudes reprováveis e comportamentos censuráveis por parte dos jovens. Já não falo dos comportamentos desviantes pois estes existem nos jovens e nos menos jovens.
Há certas atitudes comportamentais que não se aprendem nos bancos da escola. São interiorizadas e assimiladas no seio familiar.
Ontem à hora de jantar assisti no "Varchehotel" a uma atitude reprovável por parte de um jovem casal. Não os reconheci, mas penso tratarem-se de pessoas provenientes de famílias pertencentes à sociedade média/alta. Mas não é esta proveniência que lhes dá o estatuto de bem ou mal educados. O que eu vi foi acima de tudo um comportamento que denotou falta de educação e civismo.
Passemos então ao "caso". O referido jovem casal, aproveitou o tempo de espera para namorar e nada melhor que sentarem-se no dispositivo metálico por onde circulam os tabuleiros do "self service". Quem utilizasse este serviço teria que se desviar para não incomodar o casalinho.
Só colocaram ponto final nesta postura depois de instados por uma funcionária da empresa. E mesmo assim, notei por parte do elemento masculino um olhar de reprovação por ter sido "chamado à atenção".
Há passagens do passado das quais sou saudosista. A educação é uma delas. As palavras mágicas como "com licença", "desculpe", "por favor", "muito obrigada" desapareceram do dicionário.
Hoje entende-se por normal e aceitável um miúdo ou miúda faltar ao respeito aos pais e aos professores. Para alguns pais, estas atitudes por parte dos descendentes denotam personalidade. Agora falta de educação é sinónimo de personalidade!
Nos tempos da minha infância o tratamento que eu levava por parte dos meus pais e avós era bem diferente e não era por isso que havia mais ou menos desiquilíbrios emocionais. Hoje em dia uma atitude mais firme por parte dos pais é considerado um trauma para as crianças, roçando os limites da pomposamente chamada "violência doméstica".
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