BOM ANO 2010

Novo ano se aproxima. Esperanças renovadas com desejos e mais desejos. Apenas formulo dois desejos e que torno extensíveis a todos em geral e aos Almofalenses em particular. SAÚDE E EMPREGO PARA TODOS.

Sabemos que o flagelo do desemprego é presentemente a principal "chaga" desta sociedade. A sua evolução em termos estatisticos é diária. Como tal, o meu desejo é de que todos os Almofalenses, estejam onde estiverem, consigam manter os seus postos de trabalho e com saúde.

Um abraço amigo para todos

FELIZ NATAL

A todos os Almofalenses estejam onde estiverem, desejo um FELIZ NATAL e que o Menino Jesus os abençôe com tudo de bom

EXPLIQUEM-ME

Ainda a identidade Almofalense. Numa das minhas recentes visitas a Almofala e como me é caracteristico, dei um passeio pelo campo. Estava na Capela de Santo André, mais precisamente no miradouro sobranceiro ao Rio Águeda. Tinha comigo os binóculos para observar ao pormenor a fauna e flora que caracteriza a nossa aldeia. Não dei pelo aproximar de um "jeep" todo o terreno. Eram elementos do Instituto da Conservação da Natureza devidamente identificados pelos símbolos colocados no meio de transporte. Palavra puxa palavra e chegámos à parte em que se debatia a posse dos terrenos nas "arribas". Lá lhes contei que minha mãe tinha uma propriedade de oliveiras e amendoeiras no sítio denominado "Cardagal", propriedade esta que já era do meu avô. Informei-os ainda que por dificuldade de acessos esta propriedade já não era tratada e que se encontrava abandonada. No entanto minha mãe pagava as respectivas contribuições.

Foi então que um dos elementos (cujo nome ignoro) me informou que aquele Instituto já era proprietário de terras nas arribas do Águeda. Perante esta afirmação, perguntei-lhe: "Então talvez o Instituto esteja interessado em comprar esta terra que pertence à minha mãe?".

Fiquei petrificado com a resposta. Apetecia-me tomar uma outra atitude mais musculada, tal foi a raiva com que fiquei. " Não, nós não estamos interessados porque isto tudo já nos pertence".

Foi esta a resposta dada. Pareceu-me que não estava na minha terra mas sim num qualquer país do terceiro mundo onde tinha havido uma qualquer revolução".

É isto que se passa na terra que me viu nascer. Não por acção dos seus habitantes mas sim pela cultura implementada por estes pseudo Institutos que de conservação não têm nada.

PARQUE NATURAL DO DOURO INTERNACIONAL

A freguesia de Almofala é parte integrante do Parque Natural do Douro Internacional. Esta estrutura foi criada pelo Decreto Regulamentar 8/98 de 11 de Maio. O seu principal objectivo é conservar o património natural e promover ao mesmo tempo a melhoria da qualidade de vida das populações.

Coloco aqui em causa o cumprimento de ambos os objectivos. O património natural ao invés de ser conservado é constantemente delapidado com o desaparecimento sistemático de locais de referência dos Almofalenses. Não os vou aqui enumerar pois eles são tantos e tenho medo de me esquecer de alguns deles até com alguma importância.

Quanto ao segundo objectivo (melhoria da qualidade de vida das populações) só existe na miragem dos políticos.

Encontramos agora uma Almofala cada vez mais desertificada, com uma população cada vez mais idosa e sem que se notem as melhorias prometidas.

Por isso, resta-me concluir que o dito Parque Natural do Douro Internacional foi criado para conveniência de alguém e com o intuíto de criar mais uns "tachos" de cariz meramente político.

Almofala e os Almofalenses nada ganharam com isso. Pelo contrário, perderam a sua identidade e a sua autonomia enquanto donos das terras.

UTILIDADES

Já aqui me pronunciei sobre um prédio urbano em estado de degradação bem no centro de Almofala e cuja cobertura ameaça ruír.

Já propus a sua aquisição por parte da autarquia e a sua transformação em museu do ferrador. Sempre teria uma utilidade e serviria para preservar uma arte já desaparecida, pelo menos em Almofala.

Pensei melhor. Continuaria a ser Museu, mas de todos os ofícios. Seria bonito de ver artigos agrícolas e das artes e ofícios expostos no mesmo local.

Claro que o apoio de todos seria imprescindível. Se cada um de nós doasse ao museu uma peça que fosse, daquelas que estão arrumadas nos sotãos à espera de apodrecer, seria um contributo valioso para esta iniciativa.

Pela minha parte, estarei na disposição de oferecer os artigos que possuo e que eram do meu avô. Apenas colocarei em cada um dos artigos que vou doar uma pequena etiqueta metálica que perpetue a memória dos meus antepassados.

Dir-me-ão que comecei a casa pelo telhado. É verdade. Já estou a idealizar e ainda não possuimos o espaço. Mas o que mais custa é começar. A boa vontade vai chegar.

Seria como que preservar um livro da nossa história que se está a rasgar página a página.

Vá lá Srs. políticos, proponham isso nos vossos programas eleitorais. Os Almofalenses agradeceriam.

SOMOS UM PRODUTO DESCARTÁVEL

“Fui convidado por José Sócrates para aceitar encabeçar a lista de deputados pelo círculo da Guarda, e, uma vez eleito, representá-lo--ei com muito orgulho, mas não deixarei de concentrar a minha intervenção política no Porto, onde resido”.

Foi assim que se expressou FRANCISCO ASSIS quando foi escolhido para nº 1 do PS no distrito da Guarda às próximas eleições legislativas.

Que ligações tem este Sr. ao distrito? Nenhuma.

Como é que ele vai defender os interesses do nosso distrito?

Pelo menos foi sincero. Não despe a camisola do distrito do Porto.

Tratam o povo do Distrito da Guarda como um produto descartavel. Usam e deitam fora.

O povo do distrito da Guarda tem a última palavra.

OS ALMOFALENSES VÃO "COBRAR"

Vão começar as campanhas eleitorais para os orgãos do poder autárquico. As eleições que se avizinham vão permitir aos portugueses em geral e aos almofalenses em particular escolher aqueles que nos vão representar politicamente nos próximos quatro anos. A nível local interessa escolher as pessoas certas para os lugares certos, independentemente dos partidos que vão representar. Interessa também o respectivo programa e o que se propõem fazer na freguesia durante o período de "reinado".

Como diz o povo "promessas leva-as o vento". E é precisamente isso que se deve evitar. Devemos "cobrar" aquilo que nos prometem. Proponho-me inserir neste blogue todas as promessas escritas constantes nos manifestos dos partidos concorrentes às eleições autárquicas e respeitantes à freguesia de Almofala.

Àqueles que ganharem a Junta de freguesia, nós vamos exigir o cumprimento dessas promessas. Será assim como que um exercício de memória.

A bem de Almofala e dos Almofalenses.

TER OU NÃO TER.....EIS A QUESTÃO

O Jornal "Ecos da Marofa" que hoje recebi em minha casa transcreve um artigo do Sr. Carlos Condesso com o tema "Figueira tem". Na realidade Figueira tem tudo aquilo que o autor enumera. Mas devia ter mais. Só que o que tem é por obra e graça da acção do Sr. Presidente da Câmara e o que não tem é por culpa do poder central. Até compreendo o texto e a época em que ele é lançado. Estamos em vésperas de eleições autárquicas e cada um "puxa a brasa à sua sardinha". Mas a pergunta que eu deixo no ar é a seguinte: O concelho de Figueira de Castelo Rodrigo é só a sede do concelho? Então e as freguesias rurais? Concordo que algumas delas tenham recebido alguns benefícios (poucos) e essa repartição tenha sido efectuada conforme o número de eleitores. Será que Almofala e os Almofalenses não mereciam um pouco mais de atenção?

Sr. Carlos Condesso, desafio-o a escrever um artigo onde enumere aquilo que o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo devia ter e não tem. Muitas mais necessidades do que aquelas que referiu no seu artigo e cuja falta atribui ao poder central.

Se assim o desejar, no que a Almofala diz respeito, poderei contribuir com a minha opinião.

Agora vamos a outra questão. Sr. Director do jornal "Ecos da Marofa" a sua linha editorial deixa muito a desejar na questão da diversidade das notícias. As notícias de Figueira interessam-me porque é o meu concelho. Mas mais me interessam as que dizem respeito a Almofala que é a minha terra natal. E o Sr. Director sabe que dali são naturais muitos dos assinantes desse jornal. Não me venha com desculpas que não ocorreram notícias relevantes neste espaço de tempo. Se assim pensa, peço-lhe para ler alguns dos últimos artigos deste blogue. Diga-me, por exemplo, nesta última edição, quantas referências fez no seu jornal a Almofala?

ASSOCIAÇÃO CULTURAL DESPORTIVA E SOCIAL ALMOFALENSE

Trata-se de uma questão social. A Associação Cultural Desportiva e Social Almofalense através do Centro de Dia tem desempenhado um papel preponderante e a todos os títulos louvável no apoio aos idosos de Almofala, incluindo a assistência domiciliária. É pouco, dirão alguns. Precisamos de mais valências. A conversão do Centro de Dia em Lar é sem dúvida um passo importante na melhoria da qualidade de vida dos Almofalenses. Permitiria a fixação dos utentes e evitaria a sua deslocalização para terras vizinhas com o consequente desenraizamento. Sabe-se que o interior do país está cada vez mais desertificado. A sua população é maioritariamente idosa e requer uma maior assistência sanitária e de apoio social, incluindo o recurso aos cuidados continuados. Claro que a instalação de um Lar iria implicar um aumento do volume das despesas. Mas não será essa uma função do Estado através do Ministério competente? Haja vontade política e congregação dos esforços por parte de todos. Se já foram dados passos nesse sentido, que sejam passos firmes e sem retrocessos. Estamos todos no mesmo barco. Lutamos por Almofala e pelos Almofalenses.

REDUTORES DE VELOCIDADE

Mais vale prevenir que remediar. Almofala cresceu. Cresceu pouco mas cresceu. Estendeu-se para o "Fito". O outrora Bairro da Casa da Aula com duas ou três casas deu lugar a uma urbanização moderna (Bairro de S. Sebastião) onde se concentra um já significativo número de habitantes na sua maioria de idade já avançada. É a principal entrada de veículos na freguesia. A estrada está boa e convida os condutores menos cívicos e mais incautos a praticar a chamada condução ofensiva. Ísto é, não há limites para a velocidade. Urge, por isso, colocar um travão nos desvaneios desta gente com a colocação de semáforos ou bandas de abrandamento de velocidade. Esta última seria, para mim, a solução mais apropriada.

A primeira (semáforos), seria com toda a certeza desrespeitada. A ausência de autoridade que puna os infractores pelo desrespeito das regras seria um convite ao "pecado". A segunda (bandas) entraria nos bolsos dos mais incautos. Ao não reduzirem a velocidade quem sofria era a viatura com suspensões partidas e outros problemas mecânicos.

Dir-me-ão alguns que nunca aconteceu nenhum acidente. Responderei: E se acontecer?

À atenção das entidades competentes.

ÁGUA - ABASTECIMENTO PÚBLICO

Falsa questão ou questão actual? Claro que é um problema actual e que se vai arrastando de ano para ano. E isso nota-se mais nos meses de verão por força do aumento populacional e quando há rotura nas condutas de água que abastecem a freguesia. Quando isso acontece o Bairro de S.Sebastião é o mais prejudicado. A falta de pressão nas torneiras é mais que evidente. Os seus residentes só têm acesso a este bem essencial quando o "resto do povo" já se encontra servido. E nem sequer lhes vale o facto de se encontrarem mais perto do depósito da água. A altitude a que se encontra o bairro em relação ao resto da freguesia é causa determinante para este problema. Então como resdolver a questão? Fácil, mas mesmo muito fácil. Criar uma conduta específica destinada a este bairro. Só que esta seria uma obra "subterrânea". Ou seja, não seria visível aos olhos dos eleitores. É preferivel fazer obra de "fachada" mas que se veja.

À consideração das entidades competentes.

AINDA ALMOFALA

A minha recente estadia em Almofala coincidiu com uma reunião da Assembleia de freguesia. Fiz questão de estar presente, ainda que por breves minutos. Não que os assuntos não me interessassem. Pelo contrário, todos os assuntos debatidos ou a debater que sejam do interesse da comunidade almofalense também a mim dizem respeito. Só que, por força da minha profissão, exerço o meu direito de voto numa outra comunidade.

Dizia eu que assisti ao início da Assembleia de freguesia a qual esteve muito bem composta com público assistente e participativo. Foram colocadas questões pertinentes e actuais. Quando assim é o debate político fica para segundo plano. E ainda bem.

Gostei da intervenção da Presidente da Mesa da Assembleia. Não sei o seu nome mas sei que é uma pessoa interventiva e conhecedora do seu papel. Mostrou pulso.

Só assim Almofala fica a ganhar.

FESTA DE S. PEDRO (SARDINHADA) E NÃO SÓ...

Preguiça e mais preguiça. Não é meu hábito arranjar desculpas para aquilo que devia fazer e não fiz. Mas foi isso mesmo. Foi e ainda é a preguiça a causa deste meu afastamento das lides bloguistas. Mas vamos lá ao que interessa.

No dia 27JUN09, desloquei-me mais uma vez a Almofala. Saudades? Tenho a certeza que sim. Foram as saudades da minha terra natal, dos meus familiares em particular e de todos os meus amigos em geral. Faz-me falta o convívio com aqueles que comungam dos mesmos problemas sociais e que integram a mesma comunidade. Qual é o Almofalense que não quer que a sua terra progrida?. Claro que a resposta será com toda a certeza NENHUM. Todos unimos esforços quando se trata de defender os interesses de Almofala e dos Almofalenses. Nesta minha recente visita a Almofala, juntei o útil ao agradável. Mais uma vez assisti à Festa de S.Pedro, Padroeiro da freguesia.

No sábado uma valente sardinhada, regada com um belíssimo vinho tinto e para terminar um caldo verde de comer e chorar por mais. Foi esta festa que motivou a reunião do povo junto ao adro da Igreja. Todos remaram para o mesmo lado. Foi bonito de ver e só é pena isto ocorrer uma vez por ano. Arranjar pretextos para que haja a continuidade destas"reuniões" seria um bom tema para debate. Foi bonito de ver "velhos" e "novos" em redor dos assadores.

Parabéns ao Nuno (único mordomo) que se esmerou para que nada faltasse. Para o ano, se Deus quiser, lá estarei novamente. Aos novos mordomos, Manuel Dinis e Sr. Mendes, desejo que prossigam esta tradição em boa-hora institucionalizada e que as sementes lançadas pelos antecessores sejam sinónimo de boas colheitas futuras. Parabéns a todos os Almofalenses.

FICA FEIO

Antes de mais quero pedir desculpa aos leitores assíduos deste espaço. Não tenho escrito por falta de "pachorra" e também pelo simples facto de mais uma vez me ter deslocado a Almofala onde procuro e consigo novas lufadas de ar fresco.

Já era para ter escrito sobre este assunto. Esperei sempre que os olhos dos outros vissem o mesmo que os meus viam. Se viram, essa imagem não foi convenientemente transmitida ao cérebro.

Mas vamos então ao facto principal e que me levou a escrever este artigo. Em pleno centro de Almofala, no Largo das Amoreiras, existiu outrora uma oficina de ferrador pertencente ao Sr. Costa Barreiros. Esta oficina encontrava-se equipada com todos os utensílios necessários para que o seu proprietário exercesse a sua profissão com todo o mérito.

Por falecimento do proprietário, a oficina foi transmitida por herança aos seus descendentes. E aqui não está sequer em causa se a oficina continuou ou não a laborar. Até se compreende que fosse encerrada por falta de rentabilidade.

O que aqui está em causa é o estado de degradação a que a mesma chegou e que a fotografia documenta. Em plena sala de visita dos Almofalenses aparece uma "nódoa" destas!

Penso, não tenho a certeza, que o poder autárquico tem uma palavra a dizer sobre esta situação. Há mecanismos legais para obrigar o proprietário a executar as obras indispensaveis para evitar a derrocada do prédio.

E porque não instalar ali o museu do ferrador?

Pensem nisto. Com a boa vontade das partes envolvidas, tudo se consegue.

NÃO QUERO ISTO NA MINHA TERRA

Há quem diga que a nossa terra é onde a gente se sente bem. Tenho feito os possíveis por isso. Trabalho em Elvas desde 1986, onde estabeleci relações de amizade e cordialidade que me permitem afirmar ter Elvas no coração. Sinto os seus problemas quotidianos, debato-os com amigos emitindo a minha opinião. Nunca fui apologista da política do bota abaixo. Sei apreciar e fico agradado quando vejo obra bem feita e sei criticar quando acontece o contrário. A minha crítica nunca se centrou em partes destrutivas e alicerçada por motivos político-partidários. Nunca foi esse o meu modo de estar apesar de ter as minhas convicções. Oriento-me por princípios éticos que não se encaixam com o mundo da política. Como tal, prefiro ser um bom cidadão a um mau político.

Sou um assíduo frequentador dos blogues da cidade de Elvas. Eu sei que este mundo dos blogues é muito atractivo para aqueles que, com "deficit" de carácter e frontalidade, os utilizam para ofender, escondendo-se no anonimato.

Em Elvas a política tem destas coisas. Rompem-se violentamente amizades antigas à custa de divergências políticas. O que outrora estava unido umbilicalmente hoje está desunido e desarticulado. Pensamentos convergentes deram lugar a graves divergências ideológicas. Transformaram-se assuntos políticos em assuntos pessoais.

Eu não quero isto para a minha Terra. Quero sim paz e harmonia, independentemente das cores partidárias de cada um. Nas eleições autárquicas que se aproximam que os vencedores sejam Almofala e os Almofalenses. Ficarei feliz por isso.

O SOLDADO QUE É SANTO

D.Nuno Àlvares Pereira é hoje canonizado em Roma ficando a ser reconhecido como S.Nuno de Santa Maria ou S.Nuno Condestável. Portugal e os Portugueses deviam sentir orgulho nisso. Reconhecidamente Portugal é um país maioritariamente Cristão e os governantes deviam ter isso em conta. Fosse a entrega de um qualquer Prémio Nobel ao Xanana Gusmão ou ao José Saramago e teriamos presente nas cerimónias uma grande embaixada de primeiras figuras do Estado Português.

D. Nuno Álvares Pereira nasceu em 1360 ao que se pensa em Cernache de Bonjardim (Beira Baixa). Morreu em Lisboa no Convento do Carmo em 1431. Era filho do Prior da Ordem do Hospital e de Iria Gonçalves do Carvalhal.

Camões imortaliza D. Nuno Álvares Pereira, no Canto IV, estrofe XIV dos Lusíadas:
« Mas nunca foi que este erro se sentisse
No forte Dom Nuno ; mas antes,
Posto que em seus irmãos tão claro o visse,
Reprovando as vontades inconstantes,
Àquelas duvidosas gentes disse,
Com palavras mais duras que elegantes,
A mão na espada, irado e não facundo,
Ameaçando a terra, o mar e o Mundo

Vida e obra de S.Nuno de Santa Maria:

http://saber.sapo.pt/wiki/Cronologia_de_D._Nuno_Álvares_Pereira

25 DE ABRIL

Falar do 25 de Abril é falar de liberdade e democracia. Estes conceitos deviam misturar-se numa simbiose perfeita. Não há democracia sem liberdade. Desvirtuar o espírito do 25 de Abril é adulterar o rumo da história. Não basta dizer que vivemos em democracia e em liberdade quando efectivamente ocorrem perseguições a quem pensa de maneira diferente da nossa. Ser democrata é saber aceitar as críticas, saber reconhecer os erros e tentar emendá-los. Ninguém é dono da verdade. A legitimação do poder através do voto não é causa bastante para o "quero, posso e mando". O povo não é cego. Sabe distinguir quem se aproveita da política para benefício próprio e quem está na política para defender uma causa comum. O povo sabe usar a "arma" que lhe foi dada pela democracia.

Ser um baluarte da luta pela liberdade e democracia não apaga os crimes cometidos já em liberdade e em plena vigência da democracia. Não há indulto nem amnistia que apague esta mancha.

REBOBINANDO MEMÓRIAS

Fui apanhado pelo 25 de Abril de 1974 quando me encontrava a estudar na Escola Técnica Sidónio Pais (foto), bem no centro de Coimbra. Os momentos conturbados que se seguiram foram por mim vividos com alguma ignorância própria dos meus 17 anos e à margem da realidade política vigente até então. As escolas fecharam e as manifestações estudantis sucediam-se umas atrás de outras. Reivindicavam-se direitos de que nunca tinha ouvido falar. Usavam-se termos revolucionários que para mim eram novidades. A minha Escola deixou de se chamar Sidónio Pais e passou a chamar-se Jaime Cortesão. Apercebi-me então que o tal Sidónio Pais era fascista. Mas o que era isso de fascismo?. Tinha receio de perguntar para não me apelidarem de ignorante. Este meu receio devia-se principalmente ao facto de em plena escola se terem começado a formar grupos revolucionários que hostilizavam aqueles que, como eu, não percebiam nada de política nem mostravam interesse em participar nas actividades políticas.

O meu convívio com o mundo da política começou aí. Dado viver numa república (Real Republik'Ana), e em convívio com outros colegas ali residentes, tentei absorver tudo o que eles me transmitiam e que aumentava os meus parcos conhecimentos nesta área. Alguns destes meus colegas, finalistas de cursos académicos, tinham a paciência necessária para aturar a minha ignorância.

Neste período revolucionário pós 25 de Abril as escolas encontravam-se fechadas, umas vezes por decisão dos Conselhos Directivos outras por motivos de greves estudantis. Isso permitia-nos tempos livres para acompanhar todas as manifestações políticas e culturais. Na Praça da República ouvi pela primeira vez, entre outros, os cantores de intervenção, José Mário Branco, Adriano Correia de Oliveira, Fanhais, Zeca Afonso, Fausto, etc.

Consoante as cores partidárias, formava-se grupos de estudantes junto dos Cafés "Mandarim" e "Moçambique". Ali se faziam autênticas assembleias gerais reivindicativas.

Passados que são 35 anos sobre esta data, com outra maturidade e outros conhecimentos, recordo com saudade os tempos da minha inocência política.

DIFERENTES ENTRE IGUAIS

Foi esta a Resolução da Assembleia da República nº. 21/2009 que aprova o regime de presenças e faltas ao Plenário, publicada no Diário da república (1ª. Série), nº. 60 de 26 de Março de 2009.

Uns são Portugueses de 1ª., outros de 2ª. e eu talvez me inclua nos de 3ª.

AINDA A HOMENAGEM AO DR.BOTELHO NEVES

Por imperativos de serviço vi-me impossibilitado de fisicamente dizer presente na festa de homenagem ao Dr. Botelho Neves. Contudo, à hora marcada, o meu espírito estava na Terrugem, comungando e partilhando da alegria sentida pelo Dr. Botelho Neves e de todos os promotores deste acto de gratidão.

A colaboração que me prestou o meu Amigo Luis Porfírio foi indispensável para a recolha do registo fotográfico. Para ele o meu muito obrigado. É previlégio meu ter tido essa cooperação da parte de um ilustre fotojornalista.

O registo fotográfico recolhido pelo Luís Porfírio é bem demonstrativo do estado de espírito do Dr. Botelho Neves. Aqui ficam para a posteridade.

Parabéns Dr. Botelho Neves e perdoe a minha falta a essa linda e merecida Festa.

PÁSCOA FELIZ PARA TODOS

A Páscoa existe para nos lembrar esse facto extraordinário que foi a Ressureição de Jesus Cristo.

Também nós, pelo menos neste período Pascal, devemos ressuscitar os nossos sorrisos, a nossa alegria de viver, o nosso amor pelo próximo, a nossa amizade e a nossa vontade de ser feliz.

Cristo morreu mas ressuscitou. Fê-lo unicamente para nos ensinar a pôr termo aos nossos piores defeitos e a reavivar em nós a cultura das boas virtudes que estejam sepultadas no interior dos nossos corações.

Que seja esta a verdade da Páscoa.

FELIZ PÁSCOA PARA TODOS

ESTAMOS NA QUARESMA

No calendário da Igreja Católica, o período da Quaresma apresenta-se como um dos mais importantes na vida dos Cristãos. "Cuadragessima dies", o dia quadragésimo (40), antes da Páscoa. É um dos ciclos do ano litúrgico. Celebra-se a morte e paixão de Jesus Cristo. A Quaresma é tempo de penitência, de reconciliação, de reflexão e de sacrifício. Começa na Quarta-feira de cinzas e termina na Quinta-feira antes da Páscoa (Quinta-feira Santa). É a preparação para a grande festa que se avizinha. A festa da Ressurreição de Jesus Cristo.

A última semana que antecede a Páscoa é denominada pelo mundo Cristão como Semana Santa. Lembro-me perfeitamente da postura dos meus avós na Quinta e na Sexta-feira Santas. Apenas se trabalhava meio-dia em ambos os dias. Respeitavam-se os preceitos da Igreja.

Hoje em dia esqueceu-se toda a essência e preceitos do tempo Quaresmal, apenas olhamos para a Páscoa como tempo de convívio, de férias e de festa.

"UM MIÚDO QUE SE FEZ HOMEM"

É assim mesmo. Travei conhecimento com ele e, desde logo, lhe augurei um futuro promissor. Não me enganei. A sua simplicidade, a sua vontade em aprender, a sua dificuldade em dizer "não", foram traços da sua personalidade que me permitiram formalizar uma opinião consistente e sólida.

Esse "miúdo" fez-se homem. Nada, mas mesmo nada do que tinha previsto se alterou. Pelo contrário, excedeu todas as minhas expectativas, o que, perdoem-me esta minha introspecção, penso que sei escolher os meus verdadeiros Amigos. Os Amigos verdadeiros são aqueles que compartilham connosco os momentos adversos. E esses são poucos, são raros, são aqueles que marcam a diferença.

Assim foi e é o Cláudio. Luta por ideais. Os ideais da justiça, da amizade e da verdade.

Apesar de ser ainda um jovem em formação, onde as indefinições marcam presença forte no subconsciente humano, o Cláudio demostrou ter ideias claras, precisas e bem definidas. Adquiriu uma maturidade precoce própria de um predestinado a ter sucesso tanto na sua vida profissional como pessoal.

Contornou e soube transpôr obstáculos. Enfim, um verdadeiro corredor de fundo pronto a enfrentar os muitos "espinhos" que vai encontrar na profissão que abraçou.

Num seu recente trabalho de investigação, mais precisamente na dedicatória que elaborou, incluiu-me na lista dos amigos. As palavras que me dirigiu sensibilizaram-me e calaram bem fundo no meu coração. Agradeço-as e estarei sempre pronto a retribuir a confiança, a amizade e a estima que o Cláudio demonstrou ter em relação à minha pessoa.

Força Cláudio e que Deus te ajude nesta nova etapa da tua vida.

JUSTA HOMENAGEM

O Dr. Francisco Palha Botelho Neves vai receber no dia 11 de Abril uma justa homenagem promovida pela Associação de Beneficiência Amigos da Terrugem (ABAT).

Tive o privilégio de o conhecer em vários encontros promovidos pelo meu amigo Leonel Nascimento. Destes contactos nasceu uma amizade sã e duradoura.

Cativaram-me a sua maneira de ser simples e o seu trato afável. É o que se pode chamar um Homem bom com um coração do tamanho do mundo. Será esta a melhor maneira de me associar à justa homenagem que em boa hora lhe vai ser prestada na freguesia da Terrugem.

Parabéns Amigo Dr. Botelho Neves. Quero também estender estes parabéns aos promotores deste acto. Os amigos são assim. Souberam dizer presente.

Este blogue, na sua pequena expressão, priveligia em particular as ideias do seu autor e debate assuntos da sua terra natal - Almofala.

Questionar-me-ão alguns almofalenses. Quem é o Dr. Botelho Neves?

Socorri-me do meu amigo Leonel Nascimento, a quem desde já peço desculpa por utilizar os dados que recolheu nas suas pesquisas.

O Dr. Francisco Palha Botelho Neves nasceu em Lisboa no ano de 1930. É descendente pela via materna de uma família de lavradores e criadores de touros bravos, sendo o último bisneto vivo de José Pereira Palha Blanco.

Desde muito novo, talvez influenciado pelo ambiente em que vivia, tornou-se um apaixonado pelo mundo taurino.

Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, iniciando a sua carreira de advogado em 1956. O seu prestígio e a sua dedicação valeram-lhe uma justa homenagem da Ordem dos Advogados que assim premiou a sua colaboração no prestígio da Justiça Portuguesa ao longo de mais de cinquenta anos.

Como escritor, assinou em revistas da especialidade, centenas de crónicas e artigos taurinos. " O toiro de lide em Portugal" e "Palha-Alquimia da Bravura", este em colaboração com o escritor francês Pierre Dupuy, são duas das suas obras literárias.

Radicou-se na Terrugem desde finais dos anos setenta e, em conjunto com naturais desta freguesia, foi um dos principais impulsionadores da construção da praça de touros local e fundador da Associação de Beneficiência Amigos de Terrugem, proprietária da mesma. Presidiu a esta Associação durante cerca de vinte anos, sendo hoje seu Presidente Honorário.

O Dr. Botelho Neves é actualmente docente das disciplinas de Ciência Sócio-Políticas e de Cultura na Universidade Sénior de Borba.

MÊS ABRIL

Os campos deixam aquele ar sombrio e monótono passando a revestir-se de cores garridas e alegres. Algo nos introduz num mundo novo, numa nova visão da realidade. É assim como que um novo despertar para a vida.

Como a natureza pode influenciar o estado de espírito das pessoas!.

Mas o mês de Abril não é só isto. Foi no mês de Abril que ocorreu em Portugal um dos maiores acontecimentos históricos e que mudou por completo o rumo da história. Refiro-me evidentemente à Revolução dos Cravos.

Falar de Abril é falar de liberdade, de alegria e, acima de tudo, falar de esperança. Esperança num Portugal melhor, mais humano, mais livre, mais justo e mais solidário. Algumas dessas esperanças tornaram-se certezas outras houve que não passaram disso mesmo. Ainda assim, valeu a pena viver Abril.

Nem que fosse só pela liberdade.

Mas não foi este o único acontecimento importante ocorrido no mês de Abril. Recordarei algumas efemérides que, a meu ver, pela sua importância, são dignas de rememorar.

• No dia 01 de Abril de 1939, termina a guerra civil espanhola e começa a ditadura franquista;


• No dia 01 de Abril de 2002, os Países Baixos tornam-se o prímeiro país a legalizar a eutanásia;


• No dia 02 de Abril de 1976, é concluída a elaboração da Constituição da República Portuguesa, após o 25 de Abril


• No dia 02 de Abril de 2005, morre o Papa João Paulo II

• No dia 02 de Abril de 1994, morre o Professor Agostinho da Silva, um dos maiores pensadores portugueses


• No dia 04 de Abril de 1992, morre o Tenente-Coronel Salgueiro Maia, militar, activista e um dos maiores impulsionadores da Revolução de Abril


• No dia 04 de Abril de 1968, é assassinado em Memphis, Martin Luther King, activista dos direitos dos negros nos Estados Unidos da América;


• No dia 04 de Abril de 1949, é assinado em Washington o Tratado do Atlântico Norte (NATO);


• No dia 06 de Abril de 1896, realizam-se em Atenas (Grécia) os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna;


• No dia 09 de Abril de 1918, durante a 1ª grande guerra, ocorre a batalha de La Lys, com pesada derrota para o exército português perante as forças alemãs;


• No dia 12 de Abril de 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin, torna-se o primeiro homem no espaço;


• No dia 13 de Abril de 1846, é inaugurado o Teatro Nacional D.Maria II;


• No dia 14 de Abril de 1912, o paquete Titanic com 2223 passageiros e tripulantes, afunda-se no Atlântico Norte, após embater num iceberg;


• No dia 14 de Abril de 1931, em Espanha é declarada a República, após a renúncia do Rei Afonso XIII;


• No dia 16 de Abril de 1974, em Portugal é frustada uma tentativa de golpe de estado, conhecida como a revolta das Caldas;


• No dia 19 de Abril de 2005, após quatro votações, o conclave elege como Papa o Cardeal Joseph Ratzinger, que adoptou o nome de Bento XVI;


• No dia 20 de Abril de 1972, a nave espacial Apollo 16 pousa na Lua.


• No dia 21 de Abril de 1989, uma acção de protesto por parte de elementos da PSP no Terreiro do Paço, deu origem àquilo a que se chamou de "secos e molhados";


• No dia 22 de Abril de 1500, o navegador português Pedro Àlvares Cabral torna-se oficialmente o primeiro europeu a chegar ao Brasil;


• No dia 25 de Abril de 1974, ocorre a Revolução dos Cravos que derruba o governo ditatorial de Marcelo Caetano;


• No dia 28 de Abril de 1889, nasce António de Oliveira Salazar, político e estadista português


• No dia 28 de Abril de 1945, morre Benito Mussolini, jornalista e político italiano;


• No dia 30 de Abril de 1945, morre Adolf Hitler, político alemão de origem austríaca;

No dia 09 de Abril, Paul Robeson, actor, atleta, cantor, escritor e activista americano dos direitos políticos e civis disse: " Todas as vezes que você aponta o dedo na direcção de alguém, outros três estarão apontados para você"

No dia 13 de Abril, Thomas Jefferson, Presidente dos Estados Unidos da América disse: " A aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração"

No dia 14 de Abril, Luis Felipe Angell, humorista peruano, disse: " Amigo verdadeiro é aquele que nos quer apesar de nada"

No dia 15 de Abril, Leonardo da Vinci, pintor, escultor, arquitecto e engenheiro italiano do Renascimento, disse: " O ferro enferruja pela falta de uso, a água estagnada perde a sua pureza e no frio fica congelada - do mesmo modo, a ociosidade exaure a vitalidade da mente"

No dia 16 de Abril, Charles Chaplin, actor e director inglês, disse: " Mais do que máquinas, precisamos de humanidade"

No dia 20 de Abril, Augusto dos Anjos, poeta brasileiro, disse: "Acostuma-te à lama que te espera"

No dia 22 de Abril, Immanuel Kant, filósofo alemão, fundador da filosofia crítica, disse: "Não se ensina filosofia, ensina-se a filosofar"

No dia 24 de Abril, S.Vicente de Paulo, sacerdote francês, disse: "A perfeição não consiste na multiplicidade das coisas feitas, mas no facto de serem bem feitas"

No dia 27 de Abril, Edward Gibbon, historiador inglês do século XVIII, disse: " O vento e as ondas estão sempre a favor do navegador habilidoso"

A MINHA RUA

Quando me perguntam onde nasci, respondo sempre que foi na Rua de Canta la Rana, em Almofala. Interiorizei esta resposta e não sei responder de outro modo. Sempre o ouvi da parte dos mais idosos e é assim que o vou transmitir aos mais novos. Nunca liguei às placas colocadas na rua e que alteraram a toponimia para Rua Dr. Marques de Andrade. Também nunca me preocupei em saber quem foi esta personagem tão importante e cuja relevância se pretendeu destacar com a atribuição do seu nome a uma das ruas mais carismáticas de Almofala.

Há toponimia em Almofala que nunca mudou nem vai mudar e que ficará perpetuada na memória dos almofalenses. Exemplo disso são o Bairro Torino, a Sentinela, as Eiras, o Campo, etc. Outros há que, aos poucos, as pessoas se vão habituando a novas designações. "A Casa da Escola" passou a Bairro de S.Sebastião. Talvez a demolição da escola que ali existia tivesse contribuido para esta mudança.

Em relação à Rua de Canta la Rana, a minha preplexidade é ainda maior quando um arruamento adjacente ostenta o nome de "Travessa de Canta la Rana". Como é que pode haver uma travessa de uma rua que não existe?

Não quero ferir susceptibilidades nem exercer pressões sobre quem quer que seja. Contudo e como reflexão, coloco esta questão para que haja debate e, se assim for o entendimento das entidades competentes, se possa restaurar o verdadeiro nome de uma das ruas mais conhecidas em Almofala.

PROFISSÕES OU ACTIVIDADES EXTINTAS EM ALMOFALA

Há percursos de vida que são efectuados mediante as necessidades básicas de uma comunidade. As profissões aparecem e desaparecem consoante essas necessidades. Em Almofala, a exemplo do que acontece por esse mundo fora, já existiram profissões e actividades que actualmente se encontram extintas ou em vias de extinção. Umas desapareceram naturalmente por falecimento de quem as exercia e não tiveram continuidade. Outras houve que perderam a sua utilidade, deixando de ser rentáveis para quem as pretendia exercer.
Socorri-me do meu amigo José Joaquim Gouveia Almeida para me ajudar nesta pesquisa. Da relação que me deu dessas profissões, constam algumas que ainda são exercidas mas que, a breve prazo, também elas entrarão em processo de extinção. Forneceu-me nomes de almofalenses que as exerceram. É minha intenção publicá-los neste blogue como meio de perpetuar as suas memórias ligando-os às respectivas actividades. Sei e disso tenho consciência que me vou esquecer de alguns. Rectificarei neste espaço toda e qualquer imprecisão ou omissão que porventura venha a cometer. Usarei alguns "alcunhas" e nomes que permitirão uma melhor identificação, até pelo facto de serem assim conhecidos. Agradeço antecipadamente a todos os que me possam ajudar neste trabalho que o façam dos seguintes modos: Dando informações nos comentários que efectuarem ou contactando-me pessoalmente.

ALBARDEIRO

Albarda - Espécie de sela feita de pano grosseiro ou lona, cheia usualmente de palha, para bestas de carga.
Foi uma arte praticada em toda a região arraiana. Exercitavam a arte com agulha, tesoura e dedal. As albardas eram talhadas, enchidas e cozidas.
Albardeiros de Almofala: Silvério Santa Comba, mais conhecido por Silvério "Albardeiro"

ALFAIATE

Alfaiate - Aquele que trabalha na confecção de roupas
Tal como o albardeiro usam a tesoura, agulha, dedal e máquina de costura. Acrecentam às suas "ferramentas" os moldes e a fita métrica
Alfaiates de Almofala - Alberto Cordeiro, Aires Cravina, Carvalhosa

AMOLADOR

Amolador de tesouras e facas - Deslocavam-se de terra em terra assinalando a sua presença com um silvo estridente e caracteristico proveniente de uma "gaita de beiços". Geralmente transportavam-se em bicicletas preparadas com uma roda para efectuar o trabalho.

BARBEIRO

Barbeiro - Indivíduo que tem por profissão cortar a barba e o cabelo a homens. Antigamente, alguns deles, também serviam de dentistas.
Barbeiros de Almofala - "Chico Savoeiro". Actualmente, o Sr. Francisco Maçana, ainda exerce esta actividade.

COSTUREIRA

Costureira - Eram as criadoras da moda feminina. Tal como o alfaiate utilizavam a máquina de costura, as agulhas, o dedal, a tesoura, a fita métrica e os moldes.

Costureiras de Almofala - Previdência Malta; Lucinda Monteiro

FERREIRO

Ferreiro - O ferreiro é uma pessoa que trabalha o ferro ou aço. Ou seja, através da utilização de ferramentas como fole, bigorna, martelo, dobra e corta, molda o ferro e aço na sua forma não líquida. Aguçavam as “relhas” e bicos dos arados e demais ferramentas da lavoura. O seu local de trabalho era conhecido por "forja"

Ferreiros de Almofala - António "Ferreiro", António Joaquim Lourenço, José Serralheiro

FERRADOR

Ferrador - Eram os "sapateiros" dos machos, burros e vacas. Também percebiam de veterinária.

Ferradores de Almofala: Costa Barreiros, José Lourenço ou "Zé de Almendra", João Malta, José de Lima

FORNEIRO

Forneiros(as) - Executavam o seu trabalho em fornos comunitários onde se dirigiam as mulheres para fabricar o pão necessário para o sustento da casa. Quem os utilizasse pagava uma "maquia" à forneira.

Forneiros(as) de Almofala: Graciosa "Barata", Deolinda "Tomela"

MOLEIRO

Moleiro - Exerciam esta actividade nos moinhos instalados no Rio Águeda. Levavam o grão e regressavam com a farinha. Para este efeito faziam cargas nos machos e burros. Era a única forma de fazerem chegar os cereais aos moinhos devido ao caminhos serem bastante sinuosos e estreitos.

MINEIRO

LAGAREIRO

CABREIRO

CONTRABANDISTA

ENXERTADOR

CARTEIROS (AS)

ENDIREITA

ERRAR É HUMANO

Ontem, com muita pena minha, vi o futebol por fora. Apesar de não ser simpatizante de nenhum dos intervenientes, preferia que ganhasse o Sporting. Não sei porquê! O coração, por vezes, tem razões que a própria razão desconhece. Tratou-se de um jogo em que se tentou "branquear" os insucessos de uma época. A comunicação social deu-lhe um relevo próprio de final de uma qualquer competição europeia. Entre os muitos erros cometidos pelas três equipas, vi claramente dois que interferiram no resultado final: Um "penalty" mal assinalado por Lucílio Batista, árbitro da partida e a ineficácia dos jogadores do Sporting na marcação das grandes penalidades.

Sei de antemão que os erros cometidos pelos jogadores do Sporting na marcação das grandes penalidades, o mérito também poderá ser atribuído ao guarda-redes do Benfica. Como tal, presumo que este tipo de erro seja considerado como involuntário. A dúvida persiste em relação à decisão tomada pelo juiz da partida. Neste tipo de lances mais decisivos, e esta é a minha opinião, só deviam ser assinalados quando o árbitro tivesse plena certeza que a decisão que estava a tomar era a correcta. Entrariamos num principio da justiça que refere ser mais justo e equilibrado absolver um criminoso a condenar um inocente.

Já tenho ouvido muitas teses sobre o erro voluntário e o erro involuntário. Cada caso é um caso. Para alguns o erro voluntário é sinal de sabedoria. Ou seja, errou voluntariamente, mas sabia como agir correctamente. Pelo contrário, o erro involuntário, é cometido por quem não sabe resolver correctamente os problemas com que se depara. Quem os comete não tem conhecimento nem consciência das consequências desses erros. Mostra ignorância.
Isso são contas de outro rosário. Aqui o que interessa é o modo como se desvirtuou a verdade desportiva. Poderá ter sido um erro involuntário. Acredito que sim. Um erro é desculpável quando é assumido por quem o comete.

Errar, quando é uma excepção à nossa conduta, não faz de nós piores pessoas. Somos humanos e, como tal, "errar é humano".

Já errámos no passado e com toda a certeza iremos errar no futuro. Não podemos alterar a essência humana e definir os parâmetros necessários para atingir a perfeição. Podemos, isso sim, aprender com os erros cometidos no passado, retirar deles as respectivas ilações, evitando repeti-los no futuro.

Pedir desculpa pelos nossos erros é um acto nobre, próprio do ser humano que os reconhece. Para mim é das palavras mais difíceis de pronunciar. Não pelo sentido literal da palavra mas sim pela consciência que tenho de que lesei ou magoei alguém.