Ontem, com muita pena minha, vi o futebol por fora. Apesar de não ser simpatizante de nenhum dos intervenientes, preferia que ganhasse o Sporting. Não sei porquê! O coração, por vezes, tem razões que a própria razão desconhece. Tratou-se de um jogo em que se tentou "branquear" os insucessos de uma época. A comunicação social deu-lhe um relevo próprio de final de uma qualquer competição europeia. Entre os muitos erros cometidos pelas três equipas, vi claramente dois que interferiram no resultado final: Um "penalty" mal assinalado por Lucílio Batista, árbitro da partida e a ineficácia dos jogadores do Sporting na marcação das grandes penalidades.
Sei de antemão que os erros cometidos pelos jogadores do Sporting na marcação das grandes penalidades, o mérito também poderá ser atribuído ao guarda-redes do Benfica. Como tal, presumo que este tipo de erro seja considerado como involuntário. A dúvida persiste em relação à decisão tomada pelo juiz da partida. Neste tipo de lances mais decisivos, e esta é a minha opinião, só deviam ser assinalados quando o árbitro tivesse plena certeza que a decisão que estava a tomar era a correcta. Entrariamos num principio da justiça que refere ser mais justo e equilibrado absolver um criminoso a condenar um inocente.
Já tenho ouvido muitas teses sobre o erro voluntário e o erro involuntário. Cada caso é um caso. Para alguns o erro voluntário é sinal de sabedoria. Ou seja, errou voluntariamente, mas sabia como agir correctamente. Pelo contrário, o erro involuntário, é cometido por quem não sabe resolver correctamente os problemas com que se depara. Quem os comete não tem conhecimento nem consciência das consequências desses erros. Mostra ignorância.
Isso são contas de outro rosário. Aqui o que interessa é o modo como se desvirtuou a verdade desportiva. Poderá ter sido um erro involuntário. Acredito que sim. Um erro é desculpável quando é assumido por quem o comete.
Errar, quando é uma excepção à nossa conduta, não faz de nós piores pessoas. Somos humanos e, como tal, "errar é humano".
Já errámos no passado e com toda a certeza iremos errar no futuro. Não podemos alterar a essência humana e definir os parâmetros necessários para atingir a perfeição. Podemos, isso sim, aprender com os erros cometidos no passado, retirar deles as respectivas ilações, evitando repeti-los no futuro.
Pedir desculpa pelos nossos erros é um acto nobre, próprio do ser humano que os reconhece. Para mim é das palavras mais difíceis de pronunciar. Não pelo sentido literal da palavra mas sim pela consciência que tenho de que lesei ou magoei alguém.
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