
Ainda a identidade Almofalense. Numa das minhas recentes visitas a Almofala e como me é caracteristico, dei um passeio pelo campo. Estava na Capela de Santo André, mais precisamente no miradouro sobranceiro ao Rio Águeda. Tinha comigo os binóculos para observar ao pormenor a fauna e flora que caracteriza a nossa aldeia. Não dei pelo aproximar de um "jeep" todo o terreno. Eram elementos do Instituto da Conservação da Natureza devidamente identificados pelos símbolos colocados no meio de transporte. Palavra puxa palavra e chegámos à parte em que se debatia a posse dos terrenos nas "arribas". Lá lhes contei que minha mãe tinha uma propriedade de oliveiras e amendoeiras no sítio denominado "Cardagal", propriedade esta que já era do meu avô. Informei-os ainda que por dificuldade de acessos esta propriedade já não era tratada e que se encontrava abandonada. No entanto minha mãe pagava as respectivas contribuições.
Foi então que um dos elementos (cujo nome ignoro) me informou que aquele Instituto já era proprietário de terras nas arribas do Águeda. Perante esta afirmação, perguntei-lhe: "Então talvez o Instituto esteja interessado em comprar esta terra que pertence à minha mãe?".
Fiquei petrificado com a resposta. Apetecia-me tomar uma outra atitude mais musculada, tal foi a raiva com que fiquei. " Não, nós não estamos interessados porque isto tudo já nos pertence".
Foi esta a resposta dada. Pareceu-me que não estava na minha terra mas sim num qualquer país do terceiro mundo onde tinha havido uma qualquer revolução".
É isto que se passa na terra que me viu nascer. Não por acção dos seus habitantes mas sim pela cultura implementada por estes pseudo Institutos que de conservação não têm nada.
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