quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ESPELHO DA JUVENTUDE



"Pai, já que escreve em blogs, diga-me a opinião que os "cotas" têm da juventude actual".
Foi este o desafio que me foi lançado por minha filha Margarida. Foi uma pergunta expontânea que me deixou um pouco baralhado e pensativo.
Ainda não me situei bem no espaço jovem actual. O pouco que evoluí foi à custa do convívio, das conversas com jovens, do exercício da minha profissão e, acima de tudo, das conversas com as minhas filhas. Também elas, embora jovens, com vivências diferentes.
A era das tecnologias modernas veio imprimir um novo rumo no desenvolvimento da juventude. Outros horizontes se abriram.
O que ontem era proíbido, hoje é permitido. O que ontem era censurável, hoje é aplaudido. O que ontem era condenável, hoje é tolerável. É com base nestas comparações que tentarei dar resposta à pergunta que me foi formulada.

Não nos podemos esquecer que os jovens de hoje são os "cotas" de amanhã. Tentarei emitir a minha opinião sobre o assunto tentando dissociá-la das minhas funções profissionais e da minha vivência enquanto jovem. A sociedade evoluiu e a juventude é produto dessa sociedade em constante evolução.
Todos sabemos e penso que estaremos de acordo, até por princípios de cultura de valores, que a célula principal da sociedade é a família. Tudo gira à volta da cultura que nos advém desde o berço. Os pais são modelos para os filhos. As companhias que eles escolhem são por vezes causas de muitas das nossas insónias.
A sociedade evoluíu e talvez nós, os "cotas", não tivessemos acompanhado devidamente essa evolução.
Não quero com isto dizer que nós é que estamos bem e a juventude é que está mal. Neste teatro da vida, a peça em cena é a mesma só que com outros actores.
Há que seguir em frente e, sermos nós "cotas", a adaptar-nos aos tempos modernos, tentando perceber os problemas dos jovens, aconselhá-los e acima de tudo dando-lhes exemplos.
Pessoalmente tenho muita esperança nesta juventude. No entanto, se se mantiver a conjectura actual (económica, politica e social), fico é um pouco céptico quanto ao seu futuro.

Sem comentários: