domingo, 26 de outubro de 2008

AINDA A CRISE NA ADEGA DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO

Hoje é Domingo. Por força da minha ocupação profissional estou de serviço durante 24 horas. Tive tempo para reflectir sobre o que um familiar meu, no caso a minha mãe, me disse quando soube que eu tinha colocado um comentário no blogue sobre a Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo. Já o disse à minha mãe e repito-o neste comentário, ninguém gosta mais da minha terra do que eu. Tenho direito à indignação e a expressar-me sobre situações que eu entenda não serem as mais correctas. Tal direito está consignado na Constituição da República e todo o povo Português foi incentivado pelo então Presidente da República, Sr. Dr. Mário Soares, a fazer uso desta prerrogativa legal. Seria para mim um prazer estar a comentar uma situação estável da Adega Cooperativa, onde tudo fosse um "mar de rosas". Mas infelizmente não é essa a situação. Todos devem arcar com as responsabilidades da gestão. Não está em causa se há ou não gestão danosa, estão sim em causa os prejuizos patrimoniais de gente que trabalha, que se sustenta do que a terra lhes dá e que não viram compensados os suores derramados nas terras de cultivo.
Se há crise, que sejam todos a pagá-la. Não está em causa os honorários dos trabalhadores da Adega que devem ser pagos pontualmente conforme o acordado. Não se compreende é que nesta altura de crise haja alguns funcionários superiores que com horas extraordinárias à mistura, recebem ordenados principescos. Não estive presente na última Assembleia Geral da Adega, nem tinha que estar, uma vez que minha mãe é que é sócia/cooperante, mas foram-me relatados episódios ali passados, com perguntas pertinentes à mesa da Assembleia Geral, perguntas essas que não obtiveram resposta para esclarecimento dos sócios/cooperantes. Segundo me contaram até existiram ameaças de demissão em bloco. Só foi pena não terem passado das ameaças.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

CADA VEZ SE EXIGE MAIS SEGURANÇA


As noticias com que diariamente se abrem os telejornais nas televisões são indiciadoras de um aumento da criminalidade. O mesmo acontece com os jornais diários que dedicam páginas inteiras a relatos de actos criminosos. Destes, destaco os praticados contra idosos que vivem em comunidades isoladas ou aldeias despovoadas e que são especialmente vulneráveis aos criminosos que se dedicam a este tipo de crime.

Exercendo eu funções numa força de segurança onde o contacto com a realidade é mais que evidente, não queria deixar de alertar os ALMOFALENSES para algumas precauções a tomar a fim de evitar que estes actos criminosos ocorram na minha terra.

É sabido que um dos crimes que mais ocorre direcionado para os idosos é o crime de burla. Quem se dedica a este tipo de crime usa os mais variados estratagemas. É aqui que nos podemos prevenir, adoptando procedimentos de segurança. Lembrarei os mais elementares, outros haverá que dependerão de iniciativa própria e do estado de espirito de cada um quando confrontado com uma situação do género.

Assim, devemos desconfiar sempre:


  • Daqueles que nos batem à porta e nos garantem ganhos de dinheiro fácil;

  • De pessoas que não conhecemos e que se apresentam como cobradores da água, luz ou telefone. (Caso desconfiemos, temos o direito de solicitar a identificação funcional dos mesmos. Ainda assim há quem utilize cartões de identificação falsificados);

Caso ocorra uma destas situações, não podemos perder a lucidez, nem mostrar nervosismo, devemos sim adoptar os procedimentos seguintes:


  • Comunicar telefonicamente com a autoridade policial da àrea, Neste caso a GNR de Figueira de Castelo Rodrigo (Telef. 271 312 142), número este que deve estar sempre "à mão" e pronto a ser consultado;

  • Fixar os pormenores dos burlões, isto é: côr do cabelo, etnia, côr dos olhos, se usam barba ou bigode, o que trazem vestido, a altura, tentarmos ver a idade aproximada dos mesmos, se têm alguma deficiência visível, etc. Caso se façam transportar em automóvel devemos fazer um exercício de memória de modo a fixar a matricula, marca e côr do mesmo.

Geralmente, quem se dedica a este tipo de crime não usa a violência. Contudo, poderão fazer uso dela quando os seus intentos não são conseguidos. Neste caso, aconselho mais uma vez, a que se mantenha a serenidade e não se manifestem sinais de nervosismo e seja qual for o pretexto invocado pelos burlões, nunca os convidem a entrar em casa. Refiro este último conselho, pois sendo eu Almofalense e conhecendo a hospitalidade das gentes de Almofala, não me espantaria que fosse esta a primeira atitude tomada quando alguém nos bate à porta, mesmo sendo desconhecido.

domingo, 19 de outubro de 2008

A CRISE ECONÓMICA EXPLICADA AOS PEQUENINOS


Um amigo meu, enviou-me um mail sobre o assunto. Por ser pertinente e actual e também por achar engraçado e de fácil compreensão achei por bem publicá-la neste blog. Quero compartilhá-la com todos.

"Estava-se no Outono e os Índios de uma reserva americana perguntaram ao novo Chefe se o Inverno iria ser muito rigoroso ou se, pelo contrário, poderia ser mais suave.Tratando-se de um Chefe Índio mas da era moderna, ele não conseguia interpretar os sinais que lhe permitissem prever o tempo, no entanto, para não correr muitos riscos, foi dizendo que sim senhor, deveriam estar preparados e cortar a lenha suficiente para aguentar um Inverno frio.

Mas como também era um líder prático e preocupado, alguns dias depois teve uma ideia. Dirigiu-se à cabine telefónica pública, ligou para o Serviço Meteorológico Nacional e perguntou:"O próximo Inverno vai ser frio?"-"Parece que na realidade este Inverno vai ser mesmo frio" respondeu o meteorologista de serviço.

O Chefe voltou para o seu povo e mandou que cortassem mais lenha.

Uma semana mais tarde, voltou a falar para o Serviço Meteorológico:"Vai ser um Inverno muito frio?""Sim," responderam novamente do outro lado, "O Inverno vai ser mesmo muito frio".

Mais uma vez o Chefe voltou para o seu povo e mandou que apanhassem toda a lenha que pudessem sem desperdiçar sequer as pequenas cavacas.Duas semanas mais tarde voltou a falar para o Serviço Meteorológico Nacional:"Vocês têm a certeza que este Inverno vai ser mesmo muito frio?""Absolutamente" respondeu o homem "Vai ser um dos Invernos mais frios de sempre.""Como podem ter tanto a certeza?" perguntou o Chefe.O meteorologista respondeu "Os Índios estão a aprovisionar lenha que parecem uns doidos.

É assim que funciona o mercado de acções...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

CRISE NA ADEGA COOPERATIVA DE FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO


Recebi o Jornal "Ecos da Marofa" nº. 385, com data de 10 de Outubro de 2008. Logo na primeira página salta aos olhos o título da notícia "Quebra na produção pode chegar aos 40%". Segundo a Direcção, as dificuldades financeiras existentes há algum tempo irão piorar, por falta da entrega da matéria-prima por parte dos associados.
Se este termo "associados" foi empregue por algum elemento da direcção, acho-o correcto. Não achei correcto, foi a atitude de um funcionário da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo, quando ali me desloquei a indagar o motivo pelo qual não era paga a colheita de 2006, com a agravante de ainda ter de pagar o aluguer dos "latões" e por ele fui informado que minha mãe não era associada da Adega mas sim cooperante. Chamem-lhe o nome que quiserem, dêm as voltas que derem, os culpados da situação da Adega não são os sócios/cooperantes, são sim os dirigentes da Cooperativa que não conseguiram implementar uma política de mercado de modo a rentabilizar os meios que tinham ao seu dispôr.
Quem paga os custos da produção não pode receber como resposta que "A Adega não paga as uvas entregues no ano de 2006 porque tem prejuízo".
Foi com respostas deste tipo que os agricultores perderam a confiança em quem dirige a Adega.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

CHAFARIZES DE ALMOFALA

UM REPARO

Nasci na Rua de “Canta la Rana” e, desde muito novo, habituei-me a ver o chafariz situado no Terreiro da Coimbra, com uma grande afluência de moradores que ali enchiam os seus cântaros com água. Os tempos mudaram e com a instalação da rede de águas no domicílio essa afluência foi diminuindo mas, mesmo assim, muitas das pessoas preferiam beber a “água da tinaria”. Por outro lado, o chafariz que servia de bebedouro aos animais viu diminuída a sua importância pelo facto de, praticamente, já não existirem “bestas” que justificassem a sua reparação ou conservação. Contudo, esses chafarizes continuam lá e servem para embelezar e recordar memórias antigas.
O reparo/apelo que faço às entidades competentes, Junta de Freguesia de Almofala e Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, vai no sentido de os sensibilizar para a recuperação de todos os chafarizes de Almofala de modo a que este património não se degrade e as pessoas continuem a ver neles alguma actividade.

ACTUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO NA INTERNET

Ao efectuar uma pesquisa na internet, e ao visitar a pág. http://freguesiadealmofala.com/, verifiquei que a mesma se encontra com as informações erradas quanto à composição da Junta de Freguesia. É minha opinião que, com alguma frequência, se procedesse às actualizações dos dados e se inserissem outras informações com interesse para os utentes.

LENDA DAS ÁGUAS DE ALMOFALA

Para consulta no seguinte site:

http://www.cantodaterra.net/ct/site/lendas/lenda.asp?id=27

ou

http://forum.g-sat.net/showthread.php?t=25908

terça-feira, 14 de outubro de 2008

DE ALMOFALA? QUAL ALMOFALA?


Está transcrito no seguinte blog http://bengalinha.blogspot.com/2008/03/quadro-de-mobilidade.html, a seguinte afirmação:

"...A Lurdinhas, entretanto, explicou-se. Disse a ilustre almofalense a seguinte enormidade:..."

A pergunta que eu faço e responda quem souber para que sejamos elucidados: QUAL ALMOFALA? SERÁ A NOSSA?

ALMOFALA

Almofala situa-se a 12 Km a Este da sede do concelho num vale que corre para o rio Águeda junto à fronteira com Espanha. O seu nome tem origem árabe, no termo Almohala, de onde derivou para Almafalla e finalmente Almofala. Este topónimo tem o significado de “acampamento”. Uma curiosa lenda que pode ser conhecida na secção sobre lendas deste concelho dá outra versão para o nome desta localidade.
É de admitir que a primitiva povoação tenha surgido junto da “Torre das Águias”, de origem romana, ou no castro celta de Santo André.
Nos campos de cereal e hortas que rodeiam a povoação existiu até meados do século XVII, uma pequena freguesia conhecida por “Colmeal das Olas”, com cerca de 50 habitantes. Foi completamente arrasada em Outubro de 1642 quando forças espanholas invadiram a povoação durante a Guerra da Restauração. Visitando o lugar, ainda se descobrem muitos vestígios de casas e de uma capela. Próximo desta zona encontra-se um carrasco, árvore selvagem, de tão grande porte que quem o vê pela primeira vez, se admiram pela sua grandiosidade.
Quem se desloca da sede do concelho para a povoação de Almofala encontra no seu percurso a barragem de Santa Maria de Aguiar onde existe um extenso lençol de água onde habitam diversas espécies de aves aquáticas como os patos, galeirões, mergulhões, galinhas de água, gaivotas entre outras.
Um pouco mais à frente, ao chegar perto da capela de São Sebastião, milhares de pequenas amendoeiras em flor dão uma imagem deslumbrante para quem visita esta região. Na região de Santo André encontra-se uma das maiores colónias de grifos de Portugal. Esta ave necrófaga, com 1 metro de comprimento e cerca de 2,5 metros de envergadura, apresenta a cabeça e o pescoço cobertos de penas brancas e o resto de corpo de penas pretas.
Talhado no duro granito da região, perto da povoação, podemos admirar um solitário cruzeiro, datado do século XVI denominado “Cruzeiro Roquilho” ou “Divino Manso Roqueiro”. No topo, numa pedra com forma de prisma, estão gravadas a imagem de um cordeiro e a concha ou “vieira” de Santiago. Este cruzeiro assinalava o caminho que, vindo de Escarigo, seguia por uma estreita rua de Almofala conhecida por “calle canta la rana”.
Na rua Direita existe ainda hoje um enorme poial que serve de assento às pessoas que regressam cansadas do trabalho e que se juntam aqui para uma amena conversa. Chamam-lhe “Pedra da Paciência”. Outrora, quando os “homens bons” da freguesia eram os juizes do povo, a que cabia aplicar as coimas, nele se sentavam os “magistrados locais”, para discutirem o assunto e, depois de sabiamente terem reflectido, aplicarem a multa conveniente. Os “julgamentos” eram demorados , tendo todos os membros da comunidade a oportunidade de apresentarem a sua opinião. Porém a pedra mantinha-se inerte e indiferente aos acontecimentos que a rodeavam mostrando toda a sue eterna paciência.
Esta região foi também conhecida pela quantidade de minas de pirites, associada à prata, que existiram em tempos remotos. Existe mesmo na povoação um lugar denominado “cabeço da prata” onde se supõe terá existido uma mina de onde se extraia aquele metal precioso. Por aqui foram encontrados vestígios de uma “villae”, herdade romana, que atendendo à fertilidade das terras se deveria destinar à exploração agrícola. No “Vale do Torno” foram encontrados machados de pedra do Período Eneolítico a quem o povo chamava “pedras de raio” e atribuía poderes sobrenaturais.
A Igreja Matriz é simples, sem adornos exteriores dignos de nota. A torre sineira tem a forma de prisma terminando em pirâmide. O templo é amplo e apresenta um altar-mor, com retábulo barroco, de arco perfeito, revestido com talha dourada. Nos altares colaterais, junto ao arco que dá acesso à capela-mor, de colunas salomónicas, com 6 espiras cada. Na sacristia existem antigas imagens de santos e um artístico lavabo de pedra de 1766. O tecto da capela-mor, de abóbada de berço, é de madeira de alfarge, em caixotões decorados com desenhos multiformes. No adro da igreja existe um cruzeiro de pedra, colocado em 1640, para perpetuar o sacrifício que a freguesia sofreu em 1642, durante a Guerra da Independência.
A “Torre das Águias” ou “Torre dos Frades” são os nomes pela qual é conhecida esta ruína que, para além da função inicial para a qual foi construída no tempo do domínio romano, terá sido o primitivo convento dos monges de Aguiar e, posteriormente, posto de vigia militar. Esta torre sofreu várias modificações no seu traçado original, ao longo dos séculos. Atingiu o momento de glória durante a Guerra da Restauração, funcionando como posto de vigia. Foi destruída em 12 de Outubro de 1642 quando no decorrer da referida guerra o Duque de Alba mandou invadir o concelho. Durante 2 anos, as tropas espanholas espalharam a destruição e o terror pela região. Junto à torre existia uma pequena povoação, chamada “Torre de Frades” com 40 habitantes que foi completamente destruída e arrasada. Nos tempos áureos do domínio romano, a “Turris Aquilaris” funcionou como pousada para os viajantes, civis e militares, que cruzavam a via imperial romana ligando a cidade da Guarda e Astorga. Também este monumento tem a sua lenda que se relata na secção respectiva.
A Capela de Santo André foi construída em 1909 no local onde terá existido um templo romano. Ainda se pode admirar a sua porta em ogiva dessa época. As duas esculturas zoomórficas, colocadas à entrada do recinto da capela representam a escultura de um de um touro e de um porco com características da época proto-histórica. A nova capela é de construção simples. Ladeando o altar-mor estão dois painéis pintados que representam o Calvário e a Eucaristia, numa representação da Última Ceia de Cristo.

(RETIRADO DO SITE)
http://cardoso.com.sapo.pt/Figueira/Almofala.html

DALBERTO TEIXEIRA POMBO
Nasceu em Almofala a 09 de Novembro de 1928, filho do Sr. Tenente Pombo
palavras para quê. Consultem

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

ALMOFALA UMA DAS SETE MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL

Este artigo foi por mim enviado por email em 29.01.2007 para publicação no jornal "Ecos da Marofa. Nunca foi publicado e, até hoje, desconheço o motivo, sabendo que todos os artigos anteriores por mim enviados foram publicados. Será por afirmar que a minha terra é uma maravilha? Cada um que "puxe a brasa à sua sardinha". Talvez a vida na América fosse mais importante para os Almofalenses.


ALMOFALA UMA DAS SETE MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL
Por que não? Sou suspeito ao propôr Almofala como uma das sete maravilhas naturais de Portugal. A minha ligação a Almofala poderá indiciar a minha tendência e o meu bairrismo. Quem conhece Almofala e já mostrou interesse pela sua natureza, certamente é da minha opinião. Desde a barragem de Santa Maria de Aguiar até às arribas do Águeda, tudo é belo nesta terra votada ao abandono. A excepção dá-se em altura de eleições onde os votos é que contam e as promessas são mais que muitas com alguma utopia à mistura. A comunicação social que tem por missão dar a conhecer o Portugal real, insiste em dar ênfase aos monumentos e às construções megalómanas esquecendo aquilo que é belo e é natural.
Almofala encaixa perfeitamente neste retrato. O relevo das arribas do Águeda caracteriza-se pelas vertentes escarpadas e falésias, com cerca de quinhentos metros de altura, produzindo uma paisagem impressionante e assustadora, onde o Rio Águeda é elemento preponderante. As culturas destas terras eram influenciadas por um microclima caracterizado pela suavidade dos invernos com ausência das geadas que permitia colheitas prematuras e de melhor qualidade de azeitona, vinho, amêndoa, etc. Nestas zonas agrícolas, quase todas abandonadas e infestadas por carrascos, podem-se ver ainda os "baturéis", vulgo socalcos, todos eles elaborados pelo Homem, sem intervenção mecânica. Quem desejar conhecer as arribas do àgueda em Almofala e se quiser aventurar pelos muitos caminhos que vão dar ao rio, poderá admirar um espectáculo único e inolvidavel, onde o silêncio se ouve, apenas cortado pelo rumorejar do rio. Está-se na presença de um património cultural que confere a esta região um estatuti especial e cujas caracteristicas próprias urge preservar e valorizar sob pena de se perder. Muitas pessoas que visitam as arribas do Àgueda, encantam-se com a sua beleza servindo eles de veículo de informação, proporcionando a outros a descoberta deste paraíso natural. É um exercício de história, uma sala de aulas a céu aberto. É ao longo do rio Águeda, praticamente inacessível aos humanos que as diversas comunidades de aves, algumas em vias de extinção, possuem o seu habitat. Neste caso, encontram-se o grifo, outrora conhecido por "abetarda", a águia-real, a águia de bonneli e outros. Ali encontram o sossego para o seu desenvolvimento e reprodução, refugiando-se nas enormes e inexpugnáveis fragas que lhes servem de auto defesa e que podem ser observadas do miradouro instalado na Capela de Santo André.
Tudo isto e muito mais são um privilégio dos Almofalenses que o pretendem dar a conhecer, mas sempre com o orgulho de dizer "É NOSSO É DE ALMOFALA".

A MEUS PAIS

Presto aqui homenagem aos meus pais António das Eiras, natural de Mata de Lobos, militar da GNR na situação de aposentado e a minha mãe Georgina Gouveia das Neves, natural de Almofala, doméstica, reformada. Sem eles eu não existia.

Aos meus pais, ANTÓNIO e GEORGINA
Obrigado por existirem e por serem quem são. Obrigado pela dedicação,
pela amizade, pelo companheirismo.
Obrigado pela vida e pelo orgulho que é ter nascido de vós.
Obrigada pelos ensinamentos, pelos sermões, pelos castigos, pelas palmadas e,
principalmente pelos exemplos. Eles são valiosissimos.
Obrigada por me terem repreendido quando o merecia
Assim, pude ver que na vida nem tudo é como a gente quer.
Aprendi a ter limites, a ser mais "gente".
Obrigada pelas preocupações. Sei que muitas vezes fui (e ainda sou) a vossa causa de insónia.
Obrigada por tudo.
Aprendi a ter coragem, a não desanimar, a saborear a vitória.
Obrigada pelas mãos entrelaçadas na minha, dando-me confiança,
na certeza de trilhar por caminhos seguros e na certeza de que terei sempre onde me amparar caso tropece.
Obrigada pelos "nãos" que me deram...Na altura não os compreendia.
Perdão por tudo o que de mal fiz, por tudo o que não fiz e pelo que pensei fazer.
Deus vos abençoe, dando-me a alegria
de vos ter ainda por muito tempo.
Adoro-vos

DESERTIFICAÇÃO

Quem como eu nasceu em Almofala criou raizes inseparaveis, um género de cordão umbilical que nunca foi retirado. Na minha infância admirava ver este povo trabalhador, incansavel, em que o nascer do sol era o relógio que marcava o inicio dos trabalhos, o mesmo acontecia com o pôr do sol que marcava o fim dos trabalhos diários. Eram ruas inteiras de gente que aproveitava a noite para o seu merecido descanso. Os tempos mudaram e nas minhas incursões à terra que me viu nascer (não tantas quantas as desejadas por mim) verifico que as ruas estão desertas (salvo em ocasiões especiais, como por exemplo os meses de Julho e Agosto e na altura das vindimas). Jovens são poucos e os poucos que ali estão anseiam por uma vida melhor fora da terra. O concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, apesar da boa vontade da autarquia em fixar empresas e criar postos de trabalho, tem lutado com uma conjectura economica que lhe é desfavoravel. A crise instalou-se por todo o lado e quem mais sofre são os concelhos do interior que cada vez estão mais despovoados. Por este andar, estou em crer que algumas aldeias do interior serão futuramente autênticas aldeias fantasmas.